5 tendências globais de recrutamento e seleção

Ana Paula Prado, CEO do Infojobs e porta-voz de Pandapé, lista características presentes na Europa e EUA que devem ser refletidas no Brasil nos próximos anos

Nos últimos anos, com a chegada da pandemia e a mudança obrigatória no comportamento da população, o mercado de trabalho global presenciou uma transformação extremamente acelerada – nunca antes vista de forma tão perceptível em qualquer outro momento da história. Essas alterações, que já eram pensadas e até praticadas por países desenvolvidos, se tornaram a única maneira da sociedade emergente se manter erguida, como foi o caso do Brasil. 

Hoje, no mundo do recrutamento e seleção, algumas tendências originadas na Europa e Estados Unidos já fazem parte do dia a dia dos brasileiros. No entanto, Ana Paula Prado, CEO da HR Tech Infojobs e porta-voz do Pandapé, software de RH, explica que ainda há um longo caminho pela frente para nos igualarmos a esses cenários: “O aspecto cultural é o que mais pesa para a total transformação dos processos. Além disso, características tecnológicas e legais ainda precisam ser desenvolvidas”. 

Para discorrer sobre o assunto, a especialista lista 5 tendências globais de recrutamento e seleção que moldam a forma como as empresas atraem e contratam profissionais qualificados. Confira:

  1. Diversidade e Inclusão

Enquanto a diversidade e a inclusão no local de trabalho é uma prioridade para muitas organizações de países desenvolvidos, no Brasil, segundo um estudo do Infojobs, 50.6% dos profissionais acreditam que o assunto fica apenas nos discursos de marketing das empresas. Muitas nações europeias, por exemplo, têm leis rigorosas contra discriminação e incentivam a igualdade de gênero e diversidade em suas práticas de recrutamento.

  1.  Recrutamento remoto

A livre circulação de trabalhadores dentro da União Europeia resultou em uma mobilidade significativa de mão de obra, com profissionais de diferentes países competindo por vagas de emprego. No Brasil, com a pandemia, muitas empresas também descobriram  a possibilidade de encontrar talentos em qualquer lugar do mundo, aproveitando as tecnologias de vídeo chamada e ferramentas de colaboração online.

  1. Ênfase em competências e realizações, não em indicações

O Brasil é conhecido por dar grande importância às relações pessoais no processo de recrutamento. Indicações e referências são frequentemente utilizadas, e a confiança mútua desempenha um papel significativo na contratação. Nos Estados Unidos, o foco está nas competências e realizações dos candidatos. As empresas costumam usar sistemas de rastreamento de candidatos (Applicant Tracking Systems) para filtrar as possibilidades com base em palavras-chave.

  1. Inteligência Artificial e Machine Learning em ascensão

Os Estados Unidos estão na vanguarda da inovação em recrutamento com IA e Machine Learning. Muitas empresas americanas utilizam algoritmos de forma abrangente para triagem, análise de currículos e até mesmo para realizar entrevistas iniciais por meio de chatbots. Por aqui, essas tecnologias ainda são novidades e são utilizadas principalmente por grandes companhias. 

  1. Leis menos rígidas

O Brasil tem regulamentações trabalhistas complexas, o que afeta o processo de recrutamento. A legislação rígida em relação à contratação, demissão e benefícios requer que as empresas estejam cientes de suas obrigações legais. Nos Estados Unidos, por exemplo, as leis são geralmente mais flexíveis, com menos proteções ao emprego e um maior foco na negociação individual de contratos.


NR7

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