Na terça-feira, 23 de julho, foi preso em Araraquara, interior de São Paulo na Operação Spoofing, Walter Delgatti Neto, o “Vermelho”, que confessou à Polícia Federal que hackeou o ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública), o procurador Deltan Dallagnol (coordenador da Operação Lava Jato no Paraná) e de centenas de procuradores, juízes e delegados federais, além de jornalistas. “Vermelho” acumula processos por estelionato, falsificação de documentos e furto.
Em seu Twitter, Sérgio Moro postou nesta quarta, que “pessoas com antecedentes criminais” são a “fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime”. O ministro não citou nomes em sua mensagem. Ao apontar para “pessoas com antecedentes criminais”, o ministro se refere ao grupo aprisionado pela PF na Operação Spoofing.
Desde junho, Moro é alvo divulgação de diálogos a ele atribuídos com o procurador Deltan Dallagnol, pelo site The Intercept. O site afirmou que recebeu de fonte anônima o material, mas não revelou a origem. Moro nega conluio – ele e Dallagnol afirmam não reconhecer a autenticidade das conversas.
Nesta quarta, 24 de julho, os diretores do site The Intercept, Leandro Demori e Glenn Greenwald, comentaram, também no Twitter. “Está cada vez mais claro: Moro virou político em busca de um foro privilegiado pra poder falar impunemente em público as coisas que dizia antes em chats secretos”, disse Demori.
“Nunca falamos sobre a fonte. Essa acusação de que esses supostos criminosos presos agora são nossa fonte fica por sua conta. Não surpreende vindo de quem não respeita o sistema acusatório e se acha acima do bem e do mal. Em um país sério, o investigado seria você”, afirmou o jornalista, em resposta à declaração de Moro, na rede social.
Já Greenwald afirmou que Sérgio Moro está “sendo Sérgio Moro – está tentando cinicamente explorar essas prisões para lançar dúvidas sobre a autenticidade do material jornalístico. Mas a evidência que refuta sua tática é muito grande para que isso funcione para qualquer pessoa”, disse.
Investigação
Além de “Vermelho”, a PF prendeu o casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suellen Priscila de Oliveira e também Danilo Cristiano Marques. A Federal investiga supostos patrocinadores do grupo.
Ao decretar a prisão temporária de quatro investigados, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10º Vara Federal de Brasília, apontou para a incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal do casal em dois períodos de dois meses – abril a junho de 2018 e março a maio de 2019 – movimentou R$ 627 mil com renda mensal de R$ 5.058.
Autoridades
Além de Moro, procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Paraná e outras autoridades teriam sido alvo de hackers – no mandado de buscas, há menção ao desembargador federal Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio, ao juiz Flávio Lucas, da 18ª Vara Federal do Rio e aos delegados da PF Rafael Fernandes, em São Paulo, e Flávio Vieitez Reis, em Campinas.
A PF informou também nesta terça que vai investigar a suspeita de invasão nos aparelhos celulares do ministro da Economia, Paulo Guedes, e da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).
NÃO ESQUEÇA DE DEIXAR SEU COMENTÁRIO
MAIS DA SOL FM
Copyright © 2019 Radio Sol 107,3 FM - Rolante - RS - Brasil - www.sol.fm.br