Atendimento ao paciente traumatizado: transformação da vida com apoio psicológico

Trabalho desenvolvido no Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre valoriza aspecto emocional do paciente e familiares

Acidentes graves trazem uma série de consequências psicológicas em pacientes e familiares. Em virtude disso, é fundamental investir no acompanhamento durante todo o período da internação. O tema faz parte da programação da 2a Jornada de Trauma e Emergência HPS que reúne médicos e profissionais da saúde nos dias 3 a 5 de outubro de 2019.

Em poucos hospitais essa intervenção segue um modelo com tanto rigor, segundo a psicóloga e preceptora do programa de residência de psicologia hospitalar do HPS, Anete Wajnberg Fadel.

– Dentro dessa situação caótica que se instala é feito um esforço de ajudar o paciente e tentar ajudar a ressignificar esse trauma. Auxiliamos ele a se repensar enquanto sujeito e dar rumos ao planejamento de vida. Isso vale para o paciente e para os familiares. Por pior que seja a situação do trauma, o que puder ser feito vai ficar na lembrança da família e do paciente. Precisamos ter esse cuidado e acolhimento dos sentimentos que estão envolvidos e entender que muitas vezes o chão se abriu para aquelas pessoas – afirma.

A equipe trabalha com a consequência do evento traumático considerando sempre que ninguém está preparado para entrar numa emergência de um HPS.

– Nosso cotidiano está repleto de acontecimentos complexos que muitas vezes não temos como evitar. Porém, podemos nos instrumentalizar para lidar com isso e nos fortalecermos psiquicamente. Aqui, não estamos no meio do furacão, mas sim, rodando junto com ele. Todo trabalho de acompanhamento psicológico existente é de intervenção junto ao leito do paciente e/ou familiares para poder auxiliar porque é um momento em que o mundo do paciente virou de cabeça para baixo. O fato de ter uma equipe de psicólogos no hospital também ajuda no processo de humanização do atendimento, ainda que seja em condições muito adversas. Claro que a ação emergencial vai ter que ser feita. O médico tem que ter uma blindagem, mas não pode ser absolutamente fechado. Temos que lembrar que há um sujeito ali e não apenas um corpo. Nesse sentido o HPS tem sido uma referência. O fato de estarmos juntos desconstrói isso – finaliza.

A 2a Jornada de Trauma e Emergência HPS de Porto legre, acontece entre os dias 3 e 5 de outubro, no Hotel Sheraton, em Porto Alegre (RS). A programação completa e outras informações podem ser obtidas no site jornadahps.com.br. A realização é da Diretoria Científica do HPS. O apoio é da Fundação Pró HPS, Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE), Colégio Brasileiro de Cirurgiões – Capítulo RS (CBC), Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial – Capítulo XI – RS, Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT) e Sociedade de Terapia Intensiva do Rio Grande do SUl (SOTIRGS). Outras informações podem ser obtidas no site jornadahps.com.br.

Redação: Marcelo Matusiak
Coordenação: Marcelo Matusiak

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