Além da atenção no dia a dia, médico recomenda que pais procurem a emergência aos primeiros sintomas de qualquer doença
Dedo na tomada, mão no fogão, queda da escada. Não são raras as vezes que a curiosidade ou a desatenção de filhos menores tornam-se um verdadeiro pesadelo para os pais. O cenário se agrava agora, com o isolamento social. Lesões em decorrência de acidentes domésticos vêm aumentando nas crianças em meio à pandemia da Covid-19. O dado foi constatado, por exemplo, no Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre.
Na avaliação do chefe do Serviço de Pediatria da instituição, João Ronaldo Mafalda Krauzer, a maior circulação de crianças sozinhas pela casa potencializa os acidentes. “Os pais estão passando um trabalho maior nesse período de isolamento. As quedas aumentaram nos últimos meses. Algumas, inclusive, estão trazendo consequências mais graves, como fraturas de braço, mãos e cotovelos e queimaduras. Os traumas de crânio não ficam para trás”, ressaltou.
A atenção não deve ficar restrita apenas aos movimentos de dentro de casa. Sintomas de qualquer tipo de doença devem ser observados e acompanhados de perto pelos responsáveis. “Em razão do isolamento, muitos pais deixam de levar seus filhos aos hospitais por temer o contágio da Covid-19. A recomendação é justamente o contrário: deve-se procurar a emergência imediatamente aos primeiros sinais de qualquer patologia, sob o risco de uma situação leve evoluir para um quadro mais severo”, orientou.
Para evitar riscos de contágio, a emergência pediátrica do Moinhos de Vento foi estruturada para atender em separado os casos suspeitos de coronavírus. O objetivo, de acordo com Krauzer, é não permitir que haja contato entre os dois tipos de paciente e, assim, diminuir as possibilidades de propagação da doença.
Evite transformar o álcool em gel em vilão
Mas não são somente os cuidados do dia a dia e com sintomas suspeitos que preocupam o médico pediatra. O álcool em gel, por exemplo, pode passar de mocinho a vilão em poucos minutos – basta que a criança leve as mãos úmidas aos olhos ou a um ferimento, ou mesmo venha a ingeri-lo. “Quem deve coordenar a utilização é um adulto. Como todo produto químico, deve ser deixado longe do alcance dos pequenos”, detalhou o médico pediatra.
Krauzer lembra que o item passou a fazer parte da rotina de higiene das famílias após o coronavírus. “O álcool em gel em si não é prejudicial. Ele deve, inclusive, ser estimulado na limpeza das mãos quando houver necessidade, como ao se ter contato com secreções ou superfícies contaminadas. Mas não precisa ser o tempo todo, a toda hora”, salientou.
Cuidados redobrados dentro de casa
O chefe da Pediatria do Moinhos de Vento alerta para os cuidados na cozinha. “O ideal é não permitir que as crianças frequentem esse ambiente,l que proporciona muitas situações de acidente. Pode haver queimaduras no fogão ou mesmo cortes com utensílios domésticos, como facas, garfos e tesouras”, recomendou.
O mesmo vale para as janelas, sacadas e escadas. “A cultura de segurança em relação à proteção das crianças é conhecida. Mas, não custa lembrar: telas em sacadas e janelas e cuidados com a escada são essenciais. Não dá para pensar somente no coronavírus e deixá-las livres em espaços com risco de queda. Então, todo o cuidado é pouco”, orientou Krauser.
Saiu de casa? Higienize-se ao voltar
Mesmo em isolamento social, muitas vezes há necessidade de os pais saírem de casa. A atenção com a higiene, nesse caso, deve ser redobrada. A orientação é ampliar a limpeza das mãos e, de preferência, deixar o sapato do lado de fora da casa. “Quem sai fica mais exposto, com maior risco de contaminação. Ao voltar, lave as mãos antes de tocar em crianças e bebês”, finalizou o médico.
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