Saúde e segurança da população LGBTQIAPN+ são tema de ciclo de painéis no Centro Administrativo

Autoridades compartilharam trabalhos realizados

Para celebrar o dia do Orgulho LGBTQIAPN+ a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), realizou, na quarta-feira (28/6), um ciclo de painéis sobre a saúde e a segurança dessa população. A atividade – que ocorreu no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), em Porto Alegre – integra as ações do Estado para o mês do Orgulho.

Na abertura do evento, a secretária adjunta da pasta, Caroline Moreira, recordou a série de ações, realizadas pela SJCDH ao longo de junho, que visa reforçar e defender os direitos da comunidade. “É uma data simbólica, fundamental para reafirmarmos o lugar da população LGBTQIAPN+ na sociedade”, ressaltou.

A diretora da Divisão da Diversidade e de Combate à Intolerância, Gloria Crystal, reforçou a importância de iniciativas que favoreçam a inclusão. “Essas ações são por todos os grupos, inclusive por nós, mulheres travestis. A realidade é que mulheres travestis pretas e periféricas são muito vulneráveis”, lembrou. “Este governo investe em políticas públicas de inclusão e realiza ações para nossa comunidade. Ainda precisamos avançar, mas já estamos ocupando novos espaços.”

Saúde e empatia

Para falar sobre a saúde, foram convidados: o servidor da Secretaria da Saúde (SES) e chefe de Seção na Divisão de Políticas de Equidades em Saúde, Thales Avila Pedroso; e a doutora em Ciências Humanas na área de Estudos de Gênero e antiga coordenadora da Política Municipal de Saúde Integral LGBTQIA+ de Porto Alegre, Simone Ávila.

Os dois participantes compartilharam suas experiências e os resultados de seus trabalhos. Ambos salientaram a necessidade de reforçar a atenção e o cuidado com as minorias, já que o tratamento adequado significa muito para a garantia de direitos humanos básicos.

Para Thales, esse tratamento só é alcançado pelo exercício da empatia, que é alcançada quando as questões de gênero são compreendidas. “É importante refletirmos sobre nossas construções, sobre o imaginário social, sobre o que é ser homem e mulher. Vivemos em uma sociedade extremamente binária”, explicou. “Isso quer dizer que temos associações de identidade de gênero, mas todos passam por transições que variam de acordo com as fases de crescimento social da vida.”

Segurança e inclusão

A temática da segurança foi abordada pela perspectiva da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), dos Serviços Penitenciários e da polícia. No painel, participaram o secretário adjunto da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS), Cesar Atilio Kurtz Rossato; e a delegada e diretora adjunta do Departamento de Planejamento e Integração da Secretaria de Segurança Pública (SSP), Patricia Tolotti.

O tratamento adequado em todos os serviços básicos de segurança da sociedade foi considerado fundamental para que se consiga proteger e estar disponível para atender as denúncias. Isso incluiria os ambientes prisionais, para implementar um tratamento que respeite as diversidades sexuais.

Foto: Jürgen Mayrhofer/Ascom SSPS

“A implementação de políticas de diversidade, a capacitação dos agentes, a conscientização e a criação de mecanismos de denúncia são ações essenciais para garantir o pleno exercício dos direitos das pessoas LGBTQIAPN+, tanto no ambiente prisional quanto dentro das próprias carreiras policiais”, frisou Rossato. “Somente por meio de uma abordagem inclusiva e respeitosa poderemos construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos.”

Segundo Patricia, o ambiente para esse tipo de trabalho na polícia está evoluindo. “Todos já escutaram falas preconceituosas durante a formação pessoal e profissional, e agora estamos aqui neste evento”, disse. “É preciso coragem e resiliência para evoluirmos.”

No segundo ciclo, além das autoridades já mencionadas, participaram: o vice-presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB/RS, Diego Candido; a delegada, diretora da Divisão de Proteção ao Idoso e Combate à intolerância e titular da Delegacia de Polícia de Combate à intolerância, Tatiana Barreira Bastos; e a delegada de polícia e responsável pela Delegacia de Crimes Virtuais, Liege Machado Pereira.


GOV RS | Texto: Giovanni Disegna/Ascom SJCDH | Edição: Felipe Borges/Secom | Foto: Gleison Ló/Ascom SJCDH 
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