Inédita no país, iniciativa concede bolsa para os alunos em cursos de licenciatura e para as instituições de ensino
Um café da manhã, realizado nesta terça-feira (9/4), marcou oficialmente o início das aulas do programa Professor do Amanhã nas 11 Instituições Comunitárias de Ensino Superior (ICEs) contempladas pela iniciativa do governo gaúcho. Com a presença do governador Eduardo Leite, do vice-governador Gabriel Souza, da titular da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), Simone Stülp, e da secretária adjunta da Educação, Stefanie Eskereski, os reitores e representantes das Ices debateram o programa e atualizaram dados sobre os matriculados nos cursos de licenciatura.
O programa Professor do Amanhã é coordenado pelo Gabinete de Projetos Especiais (GPE), vinculado ao Gabinete do Vice-governador, e executado pela Sict. Em seu primeiro edital, inédito no país, o programa concede mil bolsas mensais de permanência de R$ 800 aos alunos e de R$ 800 para a ICE, como forma de custeio da vaga, durante quatro anos nos cursos de Letras, Matemática, Biologia, História e Geografia.
O governador Eduardo Leite celebrou o encontro com os reitores e parabenizou a mobilização das instituições. “Estamos convencidos da importância desse programa na formação de professores para enfrentarmos o apagão que vem acontecendo nas licenciaturas. Hoje, o Estado tem capacidade de fazer esses investimentos e não podemos dar nenhum passo para trás”, afirmou.
“Sabemos do vínculo profundo que as instituições de ensino têm nas regiões, com relevância em pesquisa, projetos e formação qualificada. Agora, formamos um compromisso conjunto pela educação do Estado. Sou muito feliz por ser governador de um Estado que possui uma mobilização comunitária tão forte”, salientou Leite.
Durante a manhã, o vice-governador Gabriel Souza apresentou números atualizados e frisou a importância do programa. “O Professor do Amanhã tem dois grandes objetivos: o primeiro é formar novos professores para o Estado e o segundo é fortalecer as instituições comunitárias para realizarem a formação desses novos profissionais com qualidade. Queremos seguir trabalhando juntos, pois a educação é a estratégia central do governo”, disse.
As 11 instituições contempladas pelo programa são: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade Feevale, Universidade Franciscana (UFN), Universidade La Salle (Unilasalle), Universidade de Passo Fundo (UPF), Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e Universidade do Vale do Taquari (Univates). O recorde de inscrições aconteceu na UPF, com 1.192 candidatos para 100 vagas.
Para Simone, a grande procura pelas vagas indica o interesse das pessoas nos cursos de licenciatura, potencializada por políticas públicas eficientes. “Esse tem sido um dos momentos relacionados à educação superior mais emocionante dos últimos tempos. Temos notado muita empolgação nos alunos e nos professores com a iniciativa. Sabemos que a questão da bolsa-auxílio é um diferencial, o que comprova que realizamos uma política pública bem construída e eficiente”, comemorou.
A crise na educação superior foi destacada pelo presidente do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) e reitor da Unisc, Rafael Henn, que endossou a necessidade de o governo trabalhar em conjunto com as instituições para entregar melhores profissionais à sociedade. “Estamos muito felizes de ver que a educação realmente é um dos pilares desse governo. A educação superior, desde 2015, passa por dificuldades em encontrar políticas públicas eficientes no que diz respeito ao acesso e à permanência. Esse programa é um primeiro passo: queremos ajudar a sociedade através das nossas estruturas e vamos fazer isso com o Professor do Amanhã. Nossas Ices nasceram formando professores e podemos garantir que a sociedade vai receber mil profissionais muito bem capacitados”, declarou.
A construção do programa e a definição das áreas prioritárias foi relembrada por Stefanie. “Levamos em conta a baixa formação de profissionais em algumas áreas, somada ao alto número de aposentadorias. Chegamos nessas cinco áreas, priorizando português e matemática, por exemplo, em função da pandemia de covid-19, que afetou o aprendizado dos nossos estudantes. A nossa estratégia passou pela priorização do que ia faltar primeiro. Mas nos comprometemos a revisar essas prioridades a cada ciclo”, detalhou.
Números do programa
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