Acompanhamento médico é essencial para monitorar a resposta ao tratamento
A esporotricose, uma infecção fúngica que afeta principalmente a pele, tem se tornado uma preocupação crescente no Rio Grande do Sul devido ao aumento significativo de casos após as recentes enchentes. As condições úmidas e a presença de matéria orgânica em decomposição criaram um ambiente propício para a proliferação do fungo Sporothrix schenckii, causador da doença. Para a dermatologista associada da SBD-RS, Rochelle Figini Maciel, cuidados preventivos e o diagnóstico precoce da doença são fundamentais.
“As lesões típicas da doença aparecem inicialmente como nódulos ou úlceras avermelhadas, geralmente nas mãos, braços ou pernas. Essas marcas podem se espalhar ao longo dos trajetos linfáticos, formando um cordão de nódulos endurecidos. A forma extracutânea – que afeta órgãos internos – é rara”, explica.
A situação é agravada pela exposição das populações afetadas às águas contaminadas e aos detritos. O fungo está presente no solo e em materiais em decomposição como galhos, folhas, palha e madeira. Também pode atingir animais, principalmente gatos, que apresentam alto potencial de transmissão. Neste caso, a contaminação se dá pelo contato do cuidador com o gato, por meio de arranhões, pele contaminada, ou ainda pelo trato respiratório.
De acordo com a médica, o diagnóstico definitivo da esporotricose é realizado por meio de exames laboratoriais, como o exame micológico direto, a cultura do fungo a partir de amostras das lesões e através do exame histopatológico. Para seu tratamento, são utilizados antifúngicos orais e em casos graves, podem ser necessários tratamentos mais intensivos.
Prevenção
A prevenção da esporotricose inclui a utilização de luvas ao manipular terra, plantas ou materiais orgânicos e evitar contato com animais infectados, mantendo suas feridas limpas e cobertas. Os animais infectados também devem receber tratamento imediato, contribuindo para menor transmissibilidade.
Redação: Marcelo Matusiak
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