Em carta aberta, Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática aponta caminhos para o agronegócio gaúcho

  • 3 de setembro de 2024
  • Sol FM

Documento incluiu contribuições coletadas durante a Expointer

O Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática produziu uma carta aberta com reflexões e alternativas para que o agronegócio gaúcho se torne mais resiliente, com capacidade para se adaptar e se recuperar após eventos meteorológicos extremos. O documento recebeu contribuições de membros do comitê e do público presente em uma reunião extraordinária realizada durante a 47ª Expointer, edição que marcou a retomada do setor no Estado.

A carta Construindo resiliência no agro, assinada por 49 pessoas, apresenta um panorama do agronegócio no Rio Grande do Sul, enfatizando os desafios enfrentados pelo segmento em função da variabilidade do clima. “Essas mudanças climáticas são caracterizadas por eventos cada vez mais intensos e frequentes de secas e cheias extremas, ambos afetando de maneira crítica a produção agrícola e a pecuária”, diz o documento.

Para se buscar melhores condições de sustentabilidade e competitividade no setor, a carta aponta a resiliência como caminho necessário. Entre os aspectos a serem considerados, destacam-se a implementação de políticas vocacionais regionais para redução dos riscos ao agronegócio, a gestão integrada de recursos hídricos, o uso sustentável da costa marinha e o fortalecimento institucional.

Um dos pontos colocados na carta se refere à gestão sustentável dos recursos hídricos, envolvendo a criação de uma Agência de Águas do Estado do Rio Grande do Sul. Esse órgão seria responsável por “implementar planos de bacias que considerem as necessidades específicas de cada região, equilibrando a demanda de água para agricultura, indústria e consumo humano.”

Além disso, o documento ressalta a importância da economia azul e da exploração sustentável dos recursos marinhos, que poderiam contribuir para a diversificação e a resiliência do setor agropecuário. A área de biotecnologia também é mencionada como um polo de pesquisa e inovação no Estado, com potencial para aumentar a produtividade e a sustentabilidade das culturas.

Outro destaque da carta é a necessidade de se adotar o chamado design de paisagem com uma visão de bacia hidrográfica: “Essa perspectiva integradora reconhece a interdependência entre os componentes naturais e as atividades humanas dentro de uma bacia hidrográfica, propondo um planejamento que não só otimiza o uso dos recursos hídricos e do solo, mas também preserva a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos.”

“O agro é uma cadeia fundamental para que a gente possa pensar a retomada econômica e social do Estado. Por isso, o Comitê Científico se dedicou a refletir e elaborar esta carta com recomendações e proposições para o agro gaúcho. E fizemos esta reunião aberta a todos que quisessem contribuir, para aproximar o trabalho do comitê e a sociedade”, afirmou a secretária de Inovação, Ciência e tecnologia e coordenadora do Comitê Científico, Simone Stülp.

A reunião extraordinária ocorreu em 27 de agosto, na Casa da Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), na Expointer. O Comitê Científico integra a estrutura de governança do Plano Rio Grande, com papel consultivo e propositivo relacionado às ações a serem desenvolvidas nos eixos emergencial, reconstrução e Rio Grande do Sul do futuro.

Roda de conversa

Ainda no dia 27, o Comitê Científico realizou uma roda de conversa sobre construção de resiliência no agronegócio gaúcho na arena do Estande do Governo, localizado no Pavilhão Internacional da Expointer.

“Quando começamos a desenhar ações de inovação, ciência e tecnologia na Expointer, decidimos que não podíamos deixar de lado o Comitê Científico, para enfatizar o papel deste dentro da estruturação do Plano Rio Grande. É um momento de troca com a sociedade gaúcha, aqui mais voltada ao agronegócio, mas queremos expandir para outros setores e para outras regiões do Estado“, pontuou Simone Stülp.

A assessora técnica do Comitê Científico, Alexandra Passuello, explicou o significado das palavras “resiliência” e “adaptação” neste contexto. “Na gestão de riscos e desastres, resiliência é a capacidade que uma cidade, comunidade ou sistema tem para suportar, se adaptar ou se recuperar após um desastre”, disse. “Adaptação é um elemento da resiliência, referente ao processo de ajuste às alterações dos sistemas naturais e humanos existentes. Busca reduzir ou evitar danos potenciais a partir de ações de prevenção e mitigação de riscos”, complementou.

A coordenadora da Assessoria de Clima da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Daniela Lara, enfatizou a recorrência dos eventos meteorológicos extremos no Rio Grande do Sul – 10 registros no último ano – e a necessidade de projetos na área. O professor e head do Celeiro Agfoid Hub do Tecnopuc, Luís de Melo Villwock, abordou o trabalho que vem realizando junto à Sict para contribuir para a retomada do agro gaúcho.


GOV RS | Texto: João Felipe Brum/Ascom Sict | Edição: Secom | Foto: Jéssica Moraes/Ascom Sict

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