Coordenador do Promebo recomenda que escolha deve levar em conta tipo de rebanho, desafios climáticos e de sanidade e objetivos comerciais
A temporada de primavera, tradicional período de vendas de reprodutores, é o momento em que os criadores aproveitam para buscar animais melhoradores para os seus rebanhos. Com isso, os índices do Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo) são ferramentas essenciais na tomada de decisão. Muitos criatórios utilizam esses dados como destaque em seus leilões, mas o comprador precisa ficar de olho naqueles índices e características que serão mais úteis para os seus objetivos.
O Promebo oferece aos produtores rurais uma série de ferramentas para otimizar a performance de seus rebanhos, divididas em quatro índices. O coordenador do Promebo, Laerte Rochel, destaca o Índice de Desmama, que avalia o ganho de peso do nascimento à desmama, sendo ideal para produtores que focam na venda de terneiros mais pesados ao desmame. Ele ressalta que essa prática contribui para a rentabilidade da propriedade, especialmente em sistemas que priorizam a comercialização precoce dos animais.
Rochel também frisa a importância de equilibrar essa característica com o peso ao nascer, fator que impacta diretamente na facilidade de parto. Touros com peso ao nascer moderado são indicados para evitar complicações, principalmente em novilhas jovens. “Mesmo que o peso ao nascer não seja prioritário para quem não trabalha com novilhas, é importante monitorá-lo, pois ele influencia o futuro da propriedade”, afirma.
Além disso, o Promebo trabalha com o Índice Final, voltado para quem busca maximizar o ganho de peso dos animais da desmama ao sobreano. Esse índice leva em consideração o ganho de peso do nascimento à desmama, ganho de peso da desmama ao sobreano, conformação na desmama e ao sobreano (comprimento e profundidade de costela) além de características reprodutivas como o perímetro escrotal. É uma ferramenta essencial para criadores que buscam terminar animais mais pesados, especialmente para o mercado de abate.
Outro índice relevante, é o Índice Bioeconômico de Carcaça, que foca em aumentar o rendimento de carcaça com base em características objetivas, como ganho de peso, área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea e gordura intramuscular. Por exemplo, para um touro A com índice de R$ 60,00 se espera que as carcaças de seus filhos tenham um valor agregado médio de sessenta reais. As comparações devem ser feitas pelas diferenças entre animais. Assim, se um Touro B tem índice de R$ 20,00, as carcaças dos filhos do Touro A valerão em média R$ 40,00 a mais que os filhos do touro B (R$60,00 – R$20,00 = R$40,00). “Produtores que atuam diretamente com o mercado de carne e frigoríficos podem otimizar a genética do rebanho para obter animais que proporcionem um maior aproveitamento de carcaça, o que melhora os resultados financeiros”, observa Rochel.
Por fim, há o Índice de Adaptação, uma ferramenta que avalia a resistência a ectoparasitas, como o carrapato, e a capacidade de adaptação ao ambiente. Esse índice é fundamental para raças taurinas, que são mais suscetíveis ao carrapato. “Ele permite ao produtor selecionar animais que tenham maior capacidade de resistência e adaptação, melhorando a sanidade do rebanho e reduzindo custos com tratamentos antiparasitários”, salienta o coordenador do Promebo.
Rochel reforça que cada propriedade deve avaliar sua realidade e necessidades ao escolher os índices que mais se alinham com seus objetivos. “A decisão sobre qual índice priorizar deve sempre levar em consideração os objetivos comerciais de cada produtor. É importante selecionar touros equilibrados, que atendam tanto ao perfil da propriedade quanto às demandas do mercado”, conclui.
AgroEffective | Assessoria de Comunicação da Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC) | Foto: Gabriel Oliveira/Divulgação | Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective