Médicos e nutricionistas debateram, em evento promovido pelo Ibraoliva, propriedades saudáveis do azeite extravirgem bem como orientações sobre consumo adequado nas refeições
O Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) realizou nesta quinta-feira, 9 de outubro, a segunda edição da Conferência Nacional da Saudabilidade. O evento, com curadoria do Dr. Fernando Bohn, aconteceu na sede da Fecomércio/RS, em Porto Alegre (RS) e reuniu especialistas e lideranças para debater saúde baseada em evidências e inteligência alimentar, com foco em uma vida saudável. O azeite de oliva extravirgem brasileiro foi o destaque dos debates, reforçando seu papel como alimento funcional e aliado da qualidade de vida.
A primeira palestra foi do médico cardiologista Ricardo Santos Holthausen, especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O médico referiu os benefícios do consumo do azeite de oliva extravirgem na saúde cardiovascular. Inicialmente referiu a Dieta Mediterrânea, baseada no padrão alimentar de habitantes rurais da região mediterrânea da Europa, sendo que o azeite de oliva é um dos principais componentes desta dieta. Na sequência, o médico falou de estudos comparativos sobre a substituição de gorduras pelo azeite de oliva, relacionando com a redução de doenças cardiovasculares. “Estudos apontam a relação muito clara da Dieta Mediterrânea com a melhora de quadros cardiovasculares, sobretudo 31% menores a partir do consumo regular do azeite de oliva”, referiu.
A segunda palestra foi a da médica Carolina Morales, especialista em Nutrologia pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Ela iniciou comentando sobre o impacto metabólico do azeite extravirgem no dia a dia. “Entre os benefícios metabólicos do azeite está o fato de ser um superalimento rico em polifenóis, antioxidante, além de um pilar da Dieta Mediterrânea e que deve fazer parte da rotina diária alimentar”, referiu
Carolina comentou ainda que o azeite de oliva extravirgem tem predomínio de gorduras monoinsaturadas que promovem benefícios metabólicos, como redução de inflamações, além de efeitos benéficos sobre a saúde cardiovascular. Lembrou também que o extravirgem tem característica antioxidante e anti-inflamatória, além de modular a função intestinal. “Ele interage com o processo de absorção de carboidratos, ajudando a desacelerar a digestão, reduzir os picos de glicose no sangue além de melhorar a sensibilidade à insulina, o que é benéfico no controle do diabetes”, concluiu.
Já a pesquisadora Isabel Kasper, professora associada da Universidade de Passo Fundo (UPF) e coordenadora do Núcleo de Estudos em Azeite de Oliva Extravirgem, começou a palestra recordando o início do estudo dela sobre o azeite de oliva extravirgem, em 2013, e que já envolvia análise sensorial, uso na preparação e harmonização de pratos e desenvolvimento de produtos a partir de folhas das oliveiras. Isabel referiu ainda os conceitos e características positivas do extravirgem, superiores em relação aos azeites virgens e lampantes. “O extravirgem tem como principais características a presença de frutado amargo e picante indicando a presença de compostos bioativos e acidez menor que 0,8%”, explicou.
A pesquisadora falou ainda sobre os detalhes do processo de produção pós colheita da oliva como centrifugação, filtragem, decantação e também mostrou tecnicamente as razões para escolher o azeite extravirgem. Na sequência, as nutricionistas convidadas Elena Stein e Tatiana Galdino falaram sobre outras características do azeite de oliva extravirgem e sobretudo orientações de como reconhecer o produto. As orientações básicas passam por análise sensorial sendo que, para isso, encontros como os de hoje são fundamentais, além da observância da safra e ainda comprar azeite extravirgem direto de produtores locais. Além disso, é importante o correto acondicionamento do produto em casa.
No final, o diretor do Ibraoliva, Marcelo Lobo, avaliou o evento como positivo no sentido de esclarecer na prática várias vantagens no consumo do azeite de oliva extravirgem. “Eu fiquei muito feliz com o que aconteceu aqui hoje, porque esse encontro foi sensacional, mas não pode parar por aqui. Nós hoje produzimos o melhor azeite do mundo. O nosso azeite é o mais rico em polifenol por vários motivos. A maioria das pessoas aqui, produtores, sócios da Ibraoliva, tem lagares muito próximos do seu pomar, o que faz com que a gente faça um produto muito fresco”, destacou. Segundo Lobo, o desafio agora é seguir educando a população para consumir um superalimento, que é o azeite de oliva extravirgem, produzido no Rio Grande do Sul.
A 2° Conferência Nacional da Saudabilidade tem patrocínio do Banrisul, com apoio da Fecomércio-RS.
AgroEffective | Assessoria de Comunicação do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) | Foto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective – Mais fotos em https://www.flickr.com/photos/agroeff/albums/72177720329593123 | Texto: Artur Chagas/AgroEffective