Faturamento real das PMEs volta a crescer no terceiro trimestre deste ano

  • 20 de outubro de 2025
  • Sol FM

IODE-PMEs registra alta de 1,9% no período, com destaque para Indústria e Serviços; Comércio e Infraestrutura seguem em retração. Perspectiva para 2026 é de crescimento lento 

 

O faturamento real médio das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras voltou a crescer no terceiro trimestre de 2025, após um primeiro semestre de estagnação. Segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), o avanço foi de 1,9% na comparação anual (YoY), revertendo o quadro de estabilidade observado no trimestre anterior.

Apesar da melhora, o resultado ainda indica ritmo moderado de recuperação, inferior ao desempenho verificado entre 2022 e 2024. A performance reflete os efeitos da desaceleração da economia brasileira, a manutenção dos juros em patamares elevados e as condições restritivas de crédito, que continuam limitando a expansão do setor.

 

Indústria puxa recuperação, mas Comércio e Infraestrutura seguem em queda

Entre os setores analisados, as PMEs da Indústria foram as que mais cresceram no período, com alta de 7,9% YoY, impulsionadas por subsetores como fabricação de papel, bebidas, alimentos e produtos de madeira. O setor de Serviços também registrou desempenho positivo, com avanço de 1,3% YoY, sustentado por segmentos como Transportes, Atividades profissionais e técnicas, Informação e Comunicação e Atividades financeiras e de seguros.

Já os setores de Comércio (-2,4% YoY) e Infraestrutura (-4,8% YoY) mantiveram a tendência de retração, impactados pela demanda reprimida por crédito e pela desaceleração da construção civil, respectivamente.

O crescimento das PMEs no terceiro trimestre mostra uma recuperação gradual, mas desigual. Enquanto a indústria dá sinais consistentes de retomada, atividades mais dependentes de crédito, como o comércio, ainda enfrentam desafios relevantes”, avalia Felipe Beraldi, economista da Omie.

 

Ambiente macroeconômico segue desafiador

O comportamento recente das PMEs está ligado a fatores macroeconômicos contrastantes. De um lado, houve alívio nos custos, com o IGP-M acumulado em 12 meses caiu de 8,58% no primeiro trimestre para 2,82% no terceiro trimestre, segundo a FGV. De outro, o crédito caro e a Selic mantida em 15% ao ano pelo Copom continuam restringindo investimentos e o consumo das famílias.

Por outro lado, a resiliência do mercado de trabalho e a elevação dos rendimentos reais (+8,7% em agosto frente à média de 2019) ajudaram a sustentar a demanda, especialmente em serviços voltados à renda. A confiança do consumidor também registrou leve melhora, com avanço médio de 0,6% ao mês entre junho e setembro, conforme a Sondagem da FGV IBRE.

 

Diferenças regionais e perspectivas para 2026

Regionalmente, o Sudeste voltou ao campo positivo (+1,9% YoY), após dois trimestres de retração, e o Sul manteve crescimento consistente (+4,1% YoY). O Centro-Oeste apresentou leve alta (+1,0% YoY), enquanto Nordeste (-0,3% YoY) e Norte (-2,2% YoY) permaneceram em queda.

Para os próximos trimestres, a Omie mantém projeção de alta de 0,8% para o IODE-PMEs em 2025 e prevê expansão de 1,9% em 2026, acompanhando a desaceleração esperada do PIB nacional.

“A expectativa é de um 2026 marcado por crescimento mais lento e dependente da renda. A manutenção dos juros em níveis altos e as incertezas fiscais e eleitorais impõem um cenário de cautela, mas o setor deve seguir em terreno positivo”, explica Beraldi.

 

Reforma Tributária exigirá atenção das PMEs

O início da transição da Reforma Tributária — com a aplicação das alíquotas-teste da CBS e do IBS — deve trazer desafios adicionais para o segmento a partir de 2026. Pesquisas recentes realizadas pela Omie indicam que cerca de 60% dos empresários brasileiros ainda não sabem avaliar os efeitos da Reforma Tributária sobre seus próprios negócios. Com o início da transição se aproximando, o tempo para um planejamento seguro torna-se cada vez mais curto. “As PMEs precisarão reforçar sua gestão e manter proximidade com seus contadores. A transição tributária exigirá planejamento financeiro e capacidade de adaptação às novas obrigações”, conclui o economista.

Sobre o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs)

Compreendendo a relevância das PMEs no desempenho econômico do nosso país, a Omie desenvolveu o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que acompanha as atividades econômicas das pequenas e médias empresas brasileiras. A pesquisa da scale-up Omie é um tipo de apuração inédita entre as empresas do segmento, atuando como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, além de oferecer uma análise segmentada setorialmente do mercado de PMEs no Brasil. Para elaborar os índices, a Omie analisa dados agregados e anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 180 mil clientes, cobrindo 748 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) – considerando filtros de representatividade estatística. Os dados são deflacionados com base nas aberturas do IGP-M (FGV), tendo como base o índice vigente no último mês de análise, com o objetivo de expurgar o efeito meramente inflacionário na série temporal, permitindo que se observe a evolução das movimentações financeiras em termos reais.

Sobre a Omie

Fundada em 2013 por Marcelo Lombardo e Rafael Olmos, a Omie tem o propósito de destravar o crescimento de todos os tipos de negócios, oferecendo um sistema de gestão inovador, completo e ilimitado, ancorada em quatro grandes pilares: Gestão, por meio do software; Educação, por meio da Omie.Academy; Finanças, por meio de linhas de crédito e soluções para apoio à gestão de PMEs; e Comunidade, por meio de um ecossistema que conecta clientes, fornecedores e prestadores de serviços. Líder do segmento, a empresa conta com mais de 27 mil escritórios contábeis parceiros, mais de 180 mil clientes, aproximadamente 1600 colaboradores e 120 unidades de franquias no país. Atualmente, o Omie processa mais de R$ 35 bilhões em notas fiscais emitidas por mês, representando um fluxo de cerca de 3,5% do PIB brasileiro.


Máquina CW | Foto: Freepik

NÃO ESQUEÇA DE DEIXAR SEU COMENTÁRIO

É muito importante pra gente saber sua opinião

MAIS DA SOL FM

WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE