Em parceria com o Sistema FIERGS e o MDIC, iniciativa combinou inovação e gestão para fortalecer a competitividade das empresas atingidas
Possibilitar a recuperação das indústrias automotivas gaúchas que foram atingidas pelas enchentes foi o objetivo do Hands-on Recupera RS, chamada integrante do Programa Mover. Os resultados gerais foram apresentados em uma live no canal do Departamento Nacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-DN) no YouTube, nesta quinta-feira (23).
Realizado com apoio do Sistema FIERGS e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o programa do Senai investiu R$ 6,01 milhões em ações voltadas à restauração da capacidade produtiva e operacional de mais de cem empresas do setor, distribuídas em quatro grandes regiões do estado, além de registrar aumento médio de 45% na produtividade e economia anual de R$ 3,6 milhões no custo energético das empresas participantes.
Para o diretor-geral do Senai-DN, Gustavo Leal, o Recupera RS garantiu apoio concreto à indústria do Rio Grande do Sul. “Foi um momento de operação extremamente delicada. Houve uma convergência de atores importantes, liderada pela equipe do Senai-RS, que nos permitiu executar este programa no momento certo”, afirmou.
O projeto foi estruturado em dois eixos principais: o primeiro, com foco na aplicação de conceitos de Lean Manufacturing, voltados à eficiência e produtividade fabril; e o segundo, direcionado à eficiência energética e à gestão de riscos.
“Juntos, desenhamos soluções que permitiram às empresas se readequarem após um momento de perda total em suas cadeias. Somos gratos pelo auxílio do Senai Nacional e do MDIC, e por todo o empenho da nossa equipe regional nessa tragédia que marcou o estado”, frisou o gerente-executivo de Tecnologia e Inovação do Sistema FIERGS, Victor Gomes.
As metodologias aplicadas geraram resultados concretos nas operações industriais, demonstrando como a atuação coordenada entre tecnologia, inovação e capacitação pode acelerar a retomada das empresas participantes, fortalecer as cadeias produtivas e contribuir para uma recuperação sustentável e competitiva do estado.
HISTÓRIAS IMPACTADAS PELO PROGRAMA
Entre os cases apresentados na transmissão está o da porto-alegrense Navvi. Há 30 anos no mercado, a empresa é especializada na produção de selos mecânicos – uma versão tecnológica da tampa de uma panela de pressão. Esses dispositivos usam a pressão do próprio fluido e uma força de mola para manter as faces de vedação firmemente alinhadas, impedindo vazamentos mesmo sob movimento e alta pressão interna.
Em relato emocionante, a CEO da Navvi, Natália Nazario, revelou que a enchente quase causou o fechamento da empresa. “Nos dedicamos de corpo e alma a essa retomada”, contou. “A proposta inicial era alcançar 20% de aumento na nossa produtividade, mas, com a ajuda do Senai, conseguimos resultados muito superiores: quase 400% nos processos de usinagem e mais de 600% no fresamento”, destacou Natália.
Outra história impactada pelo programa é a da FuelTech. Também estabelecida em Porto Alegre e com filial nos Estados Unidos, a empresa teve a sua sede completamente alagada em 2024. Pioneira em integrar usabilidade, performance e funcionalidade em seus módulos, desenvolve tecnologias para o mercado de alta performance automotiva e competições. Por meio do formato all-in-one (tudo-em-um), busca facilitar tanto o trabalho das equipes quanto o do piloto.
“Todo o resultado superou as expectativas iniciais”, contou o gerente industrial da Fueltech, Deivisson Teixeira. “Obtivemos um ganho potencial na área produtiva de mais de 30% em nossa capacidade atual. Atingimos isso mantendo a mesma qualidade e o mesmo engajamento, realizando a transferência de conhecimento para a equipe”, afirmou.
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