Segundo o Semesp e o Observatório da Indústria/FINDES, a expansão de especializações contrasta com a baixa conexão com a economia real.
O mercado global de pós-graduação vive uma mudança de perfil e expectativas. A edição 2024 do Application Trends Survey, da Graduate Management Admission Council (GMAC), aponta aumento no interesse por programas híbridos e orientados à aplicação prática, sobretudo entre profissionais com mais tempo de carreira. O levantamento avaliou 1.090 cursos de negócios em 297 escolas de 40 países e indica uma procura maior por experiências formativas que combinem teoria e exposição a problemas reais — uma demanda que pressiona especialmente os modelos tradicionais de MBA.
No Brasil, essa reconfiguração encontra um cenário particular. O país possui cerca de 2.500 instituições de ensino superior, segundo dados do INEP/MEC. Mas, quando se observa quem ocupa os postos de produção de conhecimento, aparece um desequilíbrio relevante: o relatório Educação em Foco (2024), do Observatório da Indústria/FINDES, mostra que aproximadamente 80% dos mestres e doutores atuam no setor público ou na educação, e não no ambiente produtivo. A distância entre academia e empresas se reflete tanto no conteúdo oferecido quanto na capacidade de formar profissionais para desafios concretos de gestão.
“Grande parte da pós-graduação brasileira continua apoiada em módulos teóricos e pouco conectados ao que acontece na operação real das empresas. Para quem já lidera equipes ou negócios, isso tende a gerar baixo retorno. O que esses profissionais buscam é troca entre pares, exposição a casos reais e contato com executivos que ainda estão no mercado”, avalia Guilherme Barbosa, fundador do Masterboard Club, que é um ecossistema empresarial voltado a founders, sócios e gestores.
O programa, que reúne 832 empresas de diferentes segmentos do Paraná e de Santa Catarina, desenvolve atividades com apoio de mentores e lideranças em atuação no mercado. Segundo Guilherme, o objetivo é o de ocupar um espaço de formação executiva para profissionais que já acumulam experiência e demandam ferramentas aplicáveis de tomada de decisão. “Nosso objetivo foi o de criar um ambiente em que a formação aconteça pela experiência e pela troca real entre líderes. Nas mais de 396 horas de formação ao longo de 18 meses, o participante vai conviver com múltiplos mentores e empresários que atuam no mercado, discutindo casos concretos e desafios que estão acontecendo agora nas empresas”, detalha Guilherme.
A busca por ambientes de aprendizagem baseados em problemas concretos está alinhada a um movimento mais amplo da educação executiva. Dados divulgados pelo portal RH Pra Você, em abril de 2025, indicam que 68% dos empreendedores consideram o networking um dos principais motores de crescimento de seus negócios. Na mesma direção, um estudo da Fundação Dom Cabral (FDC) publicado no mesmo período mostra que 73% dos especialistas em redes empresariais veem as comunidades colaborativas como elementos estratégicos para a economia nos próximos anos.
Nesse contexto, o Masterboard Club lança o MBA Masterboard, um programa de formação executiva estruturado justamente para suprir a lacuna entre teoria acadêmica e prática empresarial. O curso, reconhecido pelo MEC, adota um modelo híbrido com encontros mensais presenciais por um sábado por mês, além de atividades eletivas e visitas técnicas a empresas de diferentes setores. Esse formato é inspirado em metodologias aplicadas por instituições como Harvard, que privilegiam o estudo de casos reais e a aprendizagem orientada à resolução de problemas.
Ao longo dos 18 módulos distribuídos em 18 meses, os participantes têm contato direto com lideranças do mercado, mentores especializados e executivos que compartilham frameworks, processos e decisões adotadas no dia a dia de suas operações. Cada módulo reúne múltiplos profissionais por área, ampliando a diversidade de perspectivas e fortalecendo o caráter aplicado do programa.
O MBA também incorpora experiências imersivas que integram análise estratégica, convivência entre pares e atividades gastronômicas, reforçando o caráter de comunidade empresarial que orienta o ecossistema do Masterboard. Segundo Barbosa, a proposta é oferecer uma trilha de desenvolvimento que una prática, acesso e networking qualificado. “Não se trata apenas de transmitir conteúdo, mas de aproximar o participante de quem está executando, inovando e enfrentando os desafios reais de gestão. Essa convivência é o que acelera a formação e potencializa resultados nas empresas”, afirma Guilherme.
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