Pacientes com doenças alérgicas ou que utilizam lentes de contato devem apresentar maior cuidado e atenção
Procedimento cada vez mais comum entre as mulheres, o alongamento de cílios proporciona mais volume e comprimento sem a necessidade de rímel, simplificando a rotina de beleza. Apesar dos benefícios, é fundamental considerar também os cuidados, os riscos envolvidos e o impacto que essa prática pode ter na saúde dos cílios naturais. Segundo a dermatologista e secretária científica da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Cintia Pessin, existem duas formas principais de alongar os cílios sem o uso de maquiagem.
“O procedimento pode ser feito pela colagem de fios sintéticos sobre os naturais ou pelo uso de produtos que estimulam o crescimento natural dos cílios. Na colagem de fios, a quantidade varia conforme a vontade da cliente, e a durabilidade costuma ser de 1 a 2 meses, mas a manutenção deve ser realizada a cada 20 ou 30 dias. A outra forma mais difundida para aumento dos cílios é o uso domiciliar de colírios para tratamento de glaucoma. O efeito colateral muito comum desses colírios é o crescimento dos cílios, o que levou ao uso estético da medicação” pontua.
Métodos
A técnica de colagem de fios sintéticos apresenta como principais riscos complicações à saúde ocular. Segundo a médica, pode ocasionar olhos vermelhos, conjuntivite alérgica, inflamações, traumatismos na conjuntiva, coceira, sensação de ardência e irritação por dermatite de contato devido ao material sintético dos fios e à cola utilizada. Em casos mais graves, podem ocorrer úlceras severas, derrame ocular e comprometimento da visão, levando à necessidade de transplante de córnea.
“Caso não seja adequadamente tratada, essa irritação pode provocar a perda dos cílios naturais. O uso prolongado da extensão de cílios geralmente provoca quebra dos cílios naturais, além de desalinhamento dos fios pelo peso constante dos cílios artificiais sobre os naturais”, explica a dermatologista.
Já a utilização de produtos que incentivam o crescimento pode causar olheiras por hiperpigmentação.
“O aumento da pigmentação da íris, a área circular e colorida do olho que circunda a pupila, pode levar à alteração permanente da cor dos olhos e olheiras por hiperpigmentação da pálpebra inferior, sendo efeitos adversos bem conhecidos pelo uso sem orientação médica dessas substâncias”, destaca Cintia.
Além disso, a especialista ressalta que certos pacientes estão mais propensos ao desenvolvimento de complicações.
“Indivíduos com doenças alérgicas, como rinite e dermatite atópica, ou oftalmológicas, além de pessoas que utilizam lentes de contato, apresentam maior risco”, afirma.
Dessa forma, a aplicação não deve ser realizada de forma frequente, mas em situações específicas.
“Pelos riscos já explicados, o procedimento não deve ser realizado rotineiramente, apenas em ocasiões especiais, por poucas horas. O uso de colírios ou produtos tópicos para crescimento dos cílios pode ser indicado em casos de traumas, queimaduras ou mesmo doenças autoimunes que levem à perda dos cílios naturais, mas devem ser prescritos e acompanhados sempre com orientação médica, da área dermatológica ou oftalmológica”, finaliza a dermatologista.
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