Educação e pesquisa na área médica precisam ser prioridade
A notícia do possível encerramento das atividades da área materno-infantil do Hospital São Lucas da PUCRS, em Porto Alegre, foi recebida com extrema preocupação pela Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS). O hospital, que atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), particulares e convênios, possui um setor que, entre outros serviços, faz partos e conta com leitos de UTI neonatal e pediátrica. Segundo o presidente da AMRIGS, Alfredo Floro Cantalice Neto, historicamente, essa entidade presta um serviço de qualidade, além de cumprir com o importante papel de formar médicos residentes nessa especialidade.
Outra preocupação prática é a superlotação de maternidades, UTI neonatais e UTI pediátricas do estado do Rio Grande do Sul, que já vive uma situação delicada e poderá ter o quadro ainda mais agravado se tal fato se concretizar. As informações, ainda não confirmadas, indicam que a unidade poderia ser fechada em 60 dias e que as atividades seriam transferidas para o Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas.
A acadêmica de medicina da PUCRS e membro do Departamento Universitário da AMRIGS, Caroline Lantmann, relata que a notícia foi transmitida de forma repentina na última quinta-feira (05/03) e causou espanto e indignação geral.
“No momento, penso nas mães e nas crianças que vão sofrer com o fechamento do materno-infantil (pediatria e obstetrícia), que vão ficar desatendidas sem o centro obstétrico, o Banco de Leite materno, o alojamento conjunto, ambulatórios diversos, UTI neonatal, entre outras áreas que são referência, não apenas no estado, como também no país e no mundo. Penso em nós, estudantes e profissionais da área da saúde, que trabalhamos no hospital nessas áreas e o quanto isso vai afetar na nossa formação e vida profissional. Falo com mais propriedade sobre o curso de Medicina, porque não teremos mais o contato desde os primeiros semestres com os pacientes pediátricos e, como essa é uma das maiores áreas da medicina, será uma grande perda na nossa vida acadêmica. Penso nos médicos, nos pesquisadores e nas Ligas de Pediatria e de Ginecologia e Obstetrícia da PUCRS, dentre os quais me incluo como membro da Diretoria da LiPed PUCRS e como bolsista de IC em Pneumopediatria, uma vez que no Hospital existem laboratórios de referência em pesquisa clínica que abordam esses temas e que perderão sua essência com o fim de tais serviços no Hospital. É uma mistura de tristeza e de indignação. Estamos todos organizados para protestar e demonstrar nosso descontentamento em relação a essa decisão”.
DU AMRIGS
O Departamento Universitário da AMRIGS também manifestou pesar com a notícia.
“Recebemos a triste e preocupante notícia da possibilidade de encerramento dos serviços de pediatria e de ginecologia e obstetrícia do Hospital São Lucas da PUCRS. Encerrar as atividades de especialidades básicas de um hospital-escola é destruir a lógica da construção de médicos generalistas e resolutivos. A população que mais precisa de cuidados de saúde é a que mais depende do Sistema Único de Saúde. A decisão do Hospital São Lucas causará um mal inestimável à população gaúcha e não há justificativas que sustentem esta atitude. O Departamento Universitário da AMRIGS é contra o fechamento destes serviços e solidariza-se não só com os acadêmicos de medicina da PUCRS, mas também com todos os profissionais de saúde lesados com esta medida. Nos colocamos à disposição para auxiliar no que for possível.”
Uma petição online de apoio foi aberta para que a população apoie a causa. Para participar é preciso clicar no link.
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