 
												Presidente do Ibraoliva destaca avanços na qualidade do azeite nacional, desafios climáticos e planos para tornar Brasil membro pleno do COI
O presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Flávio Obino Filho, participou do 65° Encontro do Comitê Consultivo do Conselho Oleícola Internacional (COI), realizado em Madri, na Espanha. Obino fez um pronunciamento por vídeo.
Inicialmente, o presidente do Ibraoliva saudou os representantes do Comitê Oleícola Internacional, (COI), membros do Conselho Consultivo, delegados e observadores. “Como representante do Ibraoliva, organização que reúne 550 produtores de azeitonas e azeite extravirgem no Brasil, gostaria de expressar minha gratidão ao COI, em especial aos seus diretores Jaime Lillo, Abderrraouf Laajimi e Maria Juarez, pela promoção do consumo de azeite no Brasil por meio da campanha comercial e promocional desenvolvida pelo COI”, destacou.
Obino lembrou que, no ano passado, participou de encontros com produtores no Rio Grande do Sul, do início da preparação dos especialistas para as avaliações sensoriais e do encontro com autoridades em Brasília. “Este ano, participei do encontro com produtores da Região da Mantiqueira (São Paulo e Minas Gerais), no seguimento da preparação dos analistas para as avaliações sensoriais e dos workshops com donos de restaurantes e varejistas”, recordou.
O dirigente enfatizou que essas iniciativas também promovem a produção brasileira. “Destacar as análises sensoriais ajuda os consumidores a entender a diferença entre o azeite extravirgem autêntico e o azeite importado, que no Brasil, em sua maioria, só leva o selo extravirgem. Qualidade gera qualidade“, ressaltou. Obino lembrou ainda que, em defesa da qualidade, produtores brasileiros se uniram aos uruguaios para democratizar o acesso ao Concurso Mário Solinas no Hemisfério Sul, defendendo a redução do volume mínimo para 500 litros a pequenos produtores. “No entanto, simplesmente reduzir a quantidade mínima não é suficiente. As categorias de premiação devem ser as mesmas, independentemente do volume de produção”, destacou.
No Brasil, Obino sinalizou que a qualidade reside nos pequenos produtores, e ter apenas um vencedor entre eles desestimula aqueles que a buscam. “Estamos confiantes de que, se o COI implementar essas mudanças, o Concurso Mário Solinas de 2026 não terá apenas quatro produtores brasileiros, como em 2025. Teremos 10, 15 ou, quem sabe, 20“, projetou
Obino recordou que, na última vez que esteve no COI, 95% dos azeites importados, analisados sensorialmente pelo Ministério da Agricultura do Brasil, não eram extravirgens. Hoje, esse número caiu para 57%, mas a maioria dos azeites importados para o Brasil ainda apresenta defeitos que, segundo os padrões do COI, não podem ser classificados como extravirgens. Ele destacou que o combate à fraude na rotulagem do azeite, ao contrário do que alguns pensavam, não reduziu o consumo de azeite no Brasil, mesmo com o aumento do preço dos produtos importados devido à escassez de produção até 2024. Para o presidente do Ibraoliva, o consumidor brasileiro está sendo educado é possível que até o final da década, se dobre o consumo per capita de azeite no Brasil. Obino destacou que este é um mercado em crescimento que continua atraente para exportadores sérios, que atuam como embaixadores do azeite. “Vale lembrar que apenas 1% do azeite consumido no Brasil é produzido internamente“, destacou
O dirigente lembrou que, no Brasil, nos últimos dois anos, houve uma queda de 70% na produção de azeite. O excesso de chuvas no sul do Brasil e a falta de chuva na região da Mantiqueira causaram uma queda drástica na produção. Assim, o maior desafio é manter estável a produção de azeitonas. “Superamos o desafio da qualidade no Brasil. Fiquei muito orgulhoso, na reunião que participei em Brasília com representantes das embaixadas dos países-membros do COI, quando ouvi do diretor Jaime Lillo que nem na Toscana ele havia provado azeites com a qualidade média dos que provou no Rio Grande do Sul, dos que provou no Brasil. Mas de nada adianta ter qualidade se não houver frutos na árvore. Nosso foco atual é a pesquisa: entender onde tivemos sucesso e onde falhamos”, enfatizou.
Nesse sentido, no início de dezembro, Brasil e Uruguai realizarão um seminário binacional focado em questões técnicas, e agradeceu ao COI pelo apoio. “Informo também que as condições climáticas deste ano têm sido favoráveis até o momento e esperamos uma produção recorde em 2026 — pelo menos três vezes maior que a do ano passado. Esperamos entre 700.000 e 1 milhão de litros. Nada em termos globais, mas muito para quem iniciou essa atividade há menos de duas décadas”, projetou.
Obino finalizou afirmando que, se o principal objetivo é a pesquisa e o desafio é aumentar a produção nacional, também é preciso criar condições para que o Brasil se torne membro do COI. “Não pouparemos esforços para atingir essa meta. Espero que o Brasil se sente à mesa como membro pleno em um futuro muito próximo. Queremos fazer parte desta grande família“, concluiu.
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