Artigo de opinião: Médico associado da AMRIGS, Luciano Eifler
Em 1846, no Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, nos Estados Unidos, foi realizada a demonstração da primeira cirurgia com anestesia, uma descoberta histórica. Até então, as cirurgias eram rápidas e limitadas pela dor. Após o domínio das técnicas anestésicas, os procedimentos aumentaram em número e complexidade, mas ainda havia um problema a ser resolvido: a infecção e as altas taxas de mortalidade por sepse pós-operatória. Anos depois, uma técnica cirúrgica revolucionaria mais uma vez a Medicina: a Cirurgia Videolaparoscópica e o conceito de Cirurgia Minimamente Invasiva que pôs fim ao conceito de que grandes cirurgiões realizavam grandes incisões. Em Porto Alegre no início da década de 90, a Cirurgia Videolaparoscópica começava a ser realizada em vários hospitais, vencendo um ceticismo inicial relacionado ao método que rompia com a forma tradicional de se operar com as mãos. Agora, a cirurgia era realizada através de pequenos orifícios e a visualização do campo cirúrgico se dava de maneira indireta através de uma câmera de vídeo.
Hoje, a Videolaparoscopia é um método extremamente difundido. Os avanços tecnológicos no início do século XXI trouxeram mais um passo para a evolução na técnica cirúrgica: a Cirurgia Robótica, que agrega visão tridimensional do campo cirúrgico, pinças articuladas com maior liberdade de movimento, eliminação do “tremor biológico”, e maximização do conforto e ergometria do cirurgião. A Cirurgia Robótica passou a ser um procedimento com alto nível de segurança e precisão, minimizando sangramento e diminuindo a taxa de complicações pós-cirúrgicas. O cirurgião opera sentado e comanda os braços robóticos através de um console instalado ao lado da mesa cirúrgica. São novos tempos para a Medicina, que visam qualificar ainda mais a profissão.
Médico associado da AMRIGS, Luciano Eifler
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