Tema foi abordado no Ciclo de Palestras AMRIGS, dedicado ao Julho Violeta
O desafio de melhorar a saúde mental dos trabalhadores não é fácil, mas deve ser considerado uma prioridade por todos. Entre as lições mais importantes deixadas no Ciclo de Palestras AMRIGS, dedicado ao Julho Violeta, está a necessidade de cuidar de si e não pensar apenas na atividade profissional.
O evento, realizado no auditório da AMRIGS na noite de quarta-feira (24/07), teve início com a palestra do médico psiquiatra, mestre e doutor em Medicina e Ciências da Saúde pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Rafael Moreno de Araújo que falou sobre o burnout.
– Ao longo da vida, todos passam por crises de burnout. O importante é não negar isso e sim enfrentar da melhor maneira possível. As pessoas trabalham e vão deixando as coisas de lado. Esquecem amor, família, relacionamentos, amigos e até mesmo o sexo. É preciso pensar no nosso tempo livre. Não podemos esquecer coisas que são essenciais para o ser humano. Não cuidamos, muitas vezes, de nossa saúde – afirmou.
Durante a palestra, o médico destacou a presença massiva de casos de burnout na área da medicina, ressaltando que as pesquisas mostram índices mais preocupantes em relação a profissionais que atuam nas UTIs. Os estudos mostram, também, uma prevalência do fenômeno entre estudantes, tendo como fatores principais a exaustão por causa das demandas de estudos e o sentimento de incompetência dos estudantes perante os desafios.
A médica especialista em Medicina do Trabalho e Diretora de Exercício Profissional da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), Niura Terezinha Tondolo Noro, falou dos fatores que mais afetam o corpo e o que acontece com o nosso organismo diante de condições negativas.
– Cada pessoa é única e possui sua experiência e atitudes que resultam em ações diferentes. Precisamos olhar para dentro e ver o que queremos no futuro. Quando alguma coisa incomoda no ambiente de trabalho, vai acontecer no corpo alguma reação. Somos seres vivos. Chamamos isso de síndrome geral de adaptação e não é uma doença. Se mentalmente estivermos bem preparados, podemos sentir, mas não adoecer – explicou.
Como plano de ação preventivo, a médica destacou iniciativas que podem ser adotadas pelas empresas: reconhecer o problema, tratar o estresse no trabalho, envolver os trabalhadores na intervenção, usar a abordagem por etapas, adotar uma estrutura clara de tarefas e responsabilidades e manter um acompanhamento das mudanças.
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