Brasil é o 3º país com mais casos em crianças e adolescentes; especialista explica riscos e sinais da doença
No dia 26 de junho, data dedicada à prevenção e conscientização sobre o diabetes, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) reforça o alerta para a crescente incidência da doença entre crianças e adolescentes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o Brasil ocupa a terceira posição mundial em número de casos de diabetes tipo 1 na faixa etária de 0 a 19 anos, com cerca de 92,3 mil registros, ficando atrás apenas da Índia e dos Estados Unidos. O dado preocupa profissionais da saúde, já que a condição exige atenção contínua e cuidados específicos desde a infância.
Segundo o endocrinologista pediátrico e associado da SPRS, Dr. Guilherme Guaragna Filho, é importante destacar as diferentes classificações existentes e suas características.
“Existem diferentes tipos de diabetes em crianças. O mais comum, é o diabetes tipo 1, uma doença autoimune que geralmente se manifesta na infância. Também é possível ocorrer o diabetes tipo 2, especialmente relacionado à obesidade infantil, que tem se tornado mais frequente. A obesidade, nesse caso, é um fator ambiental de risco. No tipo 1, além da predisposição genética, sabe-se que há necessidade de algum gatilho ambiental, embora ele ainda não esteja totalmente definido”, explica.
Segundo o médico, uma dúvida comum dos pais é se o excesso de doces causa diabetes.
“Para o tipo 1, a resposta é não. Já no tipo 2, o consumo excessivo de açúcar pode levar ao ganho de peso, o que, por sua vez, aumenta o risco de desenvolver a doença. Há ainda um terceiro tipo, mais raro, chamado diabetes monogênico, que está ligado a mutações genéticas em genes relacionados a liberação de insulina pelo pâncreas”, acrescenta.
A recomendação importante é que pais e cuidadores estejam atentos aos sintomas e saibam diferenciar os tipos de diabetes que afetam o público infantil. Entre os principais sinais de alerta estão sede excessiva, urina frequente, perda de peso repentina, fadiga e visão turva. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações graves, como cetoacidose diabética.
O Dr. Guaragna também destaca os desafios do dia a dia enfrentados pelas famílias, especialmente no controle da alimentação, aplicação de insulina e adaptação na rotina escolar.
“O manejo do diabetes tipo 1 em crianças exige dedicação dos pais, principalmente no uso diário de insulina e no controle da alimentação. Mesmo com sensores que facilitam o monitoramento da glicose, a rotina de aplicações e a organização dos horários ainda são desafiadoras. A alimentação saudável é essencial — igual para crianças com ou sem diabetes — mas cortar guloseimas exige disciplina extra. A prática de atividade é importante e estimulada nesses pacientes, no entanto é preciso ter cuidado para evitar episódios de hipoglicemia, que devem ser tratados com alimentos de rápida absorção, como suco de laranja, e não chocolates. Na escola, o apoio é fundamental para garantir que a criança possa aplicar a insulina e lidar com emergências com segurança”, finaliza o médico.
A SPRS reforça a importância da educação em saúde para identificar precocemente os sintomas e garantir um tratamento adequado às crianças.
Sobre a Sociedade de Pediatria do RS
A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul foi fundada em 25 de junho de 1936 com o nome de Sociedade de Pediatria e Puericultura do Rio Grande do Sul pelo Prof. Raul Moreira e um grupo de médicos precursores da formação pediátrica no Estado. A entidade cresceu e se desenvolveu com o espírito de seus idealizadores, que, preocupados com os avanços da área médica e da própria especialidade, uniram esforços na construção de uma entidade que congregasse os colegas que a cada ano se multiplicavam no atendimento específico da população infantil. Atualmente conta com cerca de 1.750 sócios, e se constitui em orgulho para a classe médica brasileira e, em especial, para a família pediátrica.
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