Assunto foi debatido em live produzida pelo Instituto Desenvolve Pecuária
O Instituto Desenvolve Pecuária promoveu nesta terça-feira, 26 de março, mais uma live Prosa de Pecuária. O tema foi Água Vetor de Desenvolvimento, com a participação do geólogo, economista e ex-secretário estadual de Irrigação, Rogério Ortiz Porto. Ele também presidiu o Instituto Riograndense do Arroz (Irga) entre os anos de 1996 e 1998, entre outras qualificações. Também participou da live o vice-presidente do Instituto Desenvolve Pecuária, Paulo Costa Ebbesen. Na abertura, Ebbesen destacou a água como um vetor de desenvolvimento fundamental, principalmente num Estado com agropecuária forte como o Rio Grande do Sul.
Na apresentação, Porto iniciou falando sobre sua relação há décadas com a agropecuária. Na sequência, mostrou em uma série de gráficos a instabilidade da produção de soja e milho nos últimos 50 anos e a consequente necessidade de um programa efetivo de irrigação para o Estado. Os gráficos revelaram variações de produtividade em décadas em função de fatores climáticos, o que acabou comprometendo a competitividade no mercado. “Então, a solução mágica qual é? adotar a Irrigação. Irrigação é uma técnica de produção que tem que ser praticada, desde que ela apresente vantagens ao produtor, à economia e ao Estado”, ponderou. Porém nos anos considerados bons, segundo Porto, tanto no milho quanto na soja, a produtividade média no Rio Grande do Sul foi maior do que no Brasil. “Isso significa o que? Significa que os produtores agrícolas do Rio Grande do Sul em milho e soja são produtores que introduzem técnicas corretas, sementes adequadas, processos e tecnologias corretas e em escalas adequadas”, concluiu. E ressaltou ainda: “onde não existe queda de produtividade? no arroz, que é irrigado”, observou. Segundo Porto, as pequenas quebras de safra no arroz ocorrem por fatores aleatórios como chuva de granizo, ou uma frente fria em pleno verão, por exemplo.
Com relação à pecuária, Porto observou que a seca e incêndios espontâneos nos últimos três anos devido às altas temperaturas criaram dificuldades no Rio Grande do Sul. “Esses incêndios espontâneos afetam o solo, vegetação natural e animais. Uma das formas de preservar essas áreas é umedecer o solo por meio de açudes”, orientou. Porto chamou a atenção ainda para a enorme densidade hidrográfica do Rio Grande do Sul. O estado tem a terceira maior disponibilidade de água superficial do país, atrás de Mato Grosso e Amazônia. “Ora, se nós temos 15% da água total do mundo no Brasil, a terceira maior oferta de águas superficiais do país no Rio Grande do Sul, com um território menor, estamos muito bem dotados”, comparou. Porto ressaltou que a principal fonte de água doce são os oceanos, de onde a água evapora, é transportada pelas nuvens, precipita sob a forma de chuva e retorna aos oceanos através da evaporação.
Porto deixou claro que não é necessário agredir o meio ambiente, mas torná-lo sadio através do acúmulo de água em pequenos reservatórios. Neste sentido, lembrou que chegou a mapear algumas alternativas de acumulação de água na região norte gaúcha, chegando a totalizar 24,94 mil pontos mapeados atualmente no Rio Grande do Sul. “E nós estamos com uma porcentagem muito pequena do Estado feita até agora. Então, nós temos um universo fantástico pra trabalhar. Mas existem muitas restrições ambientalistas por causa dos peixes migratórios “, concluiu. A solução, apontou Porto, seria um compromisso de repovoar os rios em áreas de restrição onde se fizessem empreendimentos.
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