No ambiente competitivo, 55,9% da energia consumida está alocada em contratos com até quatro anos de duração. Prazos menores obrigam fornecedores a competir novamente para revender eletricidade existente, beneficiando consumidores
Do total de energia comercializada no mercado livre de energia, ambiente competitivo onde fornecedores e consumidores podem negociar livremente as condições do fornecimento, mais da metade do volume de energia vendida aos consumidores livres – exatamente 55,9% – está alocada em contratos com duração de até quatro anos.
A duração mais curta dos contratos é considerada um fator que contribui para formar preços mais vantajosos aos consumidores. Isso porque geradores e comercializadores precisam retornar ao mercado com mais constância para revender a eletricidade liberada dos contratos recém-encerrados, competindo inclusive com energia de novas usinas de fonte solar e eólica, cujos preços de produção estão decrescentes, beneficiando assim o consumidor final.
Em janeiro de 2024, 4,8% da energia comercializada no ambiente livre foi embrulhada em contratos de até seis meses; 25,1% em contratos entre seis meses e dois anos; e 26,0% em contratos de dois a quatro anos de duração. O restante foi alocado em contratos de quatro a dez anos (28,3%) e acima de dez anos (15,8%).
Os dados fazem parte da mais recente edição do Boletim da Energia Livre, publicação da Abraceel que apresenta o panorama mensal do mercado livre de energia no Brasil atualizado com base nos indicadores mais recentes divulgados por diversas instituições e consultorias.
Segundo Rodrigo Ferreira, presidente executivo da Abraceel, há outros motivos que contribuem para que a tarifa no mercado regulado seja mais cara que o preço no mercado livre, como a contratação de térmicas, reservas de mercado, decisões políticas sobre o custo da energia e expansão da geração, bem como riscos indevidamente alocados ao consumidor, como o risco hidrológico. “Mas é fato que, no mercado regulado, prevalecem os contratos de longo prazo, com até 30 anos, e indexados à inflação, de forma que o valor dessa energia, que é a eletricidade de 99,9% dos consumidores, só tende a crescer ao longo do tempo”, disse.
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