Desde a madrugada desta terça-feira, 03 de março, dezoito presos do Rio Grande do Sul, que são chefes das principais organizações criminosas gaúchas, estão sendo transferidos para presídios federais.
O vice-governador e também o secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Jr. explicou: “Foram diversas reuniões e chegou-se ao número de 33 lideranças que deveriam serem retiradas do RS. Em setembro, outubro, o Ministério Público (MP-RS) e a Policia Civil fizeram uma representação junto ao Poder Judiciário sobre a transferência dessas lideranças. No início de dezembro, saiu a decisão do judiciário estadual deferindo a remoção de 18 dessas lideranças”.
Os detentos da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas e a Penitenciária Modulada Estadual da cidade foram levados em comboio de viaturas, por volta das 6h, até o Parque Adhemar de Souza Farias (Parcão), no centro do município.
Seis helicópteros aguardavam para fazer o deslocamento dos presos até a Base Aérea de Canoas, na Região Metropolitana. Com um detento cada, as seis aeronaves fizeram três viagens até a Base Aérea, com tempo de voo de 13 minutos – entre idas e voltas. A operação aérea durou cerca de uma hora e meia. O último transferido chegou a Canoas por volta das 8h35.
Após o pouso dos helicópteros na Base Área, os detentos eram levados até uma sala reservada a 50 metros do local de embarque para a realização de exames de corpo de delito por médicos do IGP. A coordenação da operação optou por transportar os presos em aviões por questão de segurança e, principalmente, para não impactar o trânsito de veículos nas entradas e saídas da Capital e da Região Metropolitana.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do RS, os 18 presos embarcaram em um avião para penitenciárias federais onde ficarão isolados. O destino de cada um deles não foi revelado por questão de segurança. Os presos poderão ficar nestas cadeias por três anos, podendo ser renovada a permanência por mais três.
Segundo Ranolfo: “Nós estamos preparados, para os próximos dias, com efetivos, de maneira ostensiva, de todas as instituições que estão aqui, nesse momento, e participaram desse planejamento. As inteligências continuam a monitorar o sistema penitenciário e também o que envolve o entorno dessas organizações criminosas. Com objetivo de coibir, qualquer possível tentativa de reação a essa ação do estado do RS”.
Participaram da operação mais de 1,3 mil agentes, além de 306 viaturas, sete aeronaves (seis helicópteros e um avião) e quatro embarcações. A ação contou com o trabalho de 15 instituições estaduais e federais.
O governador Eduardo Leite, durante coletiva de imprensa, agradeceu: “Nós agradecemos essa integração. No RS atuaram a Brigada Militar, a Polícia Civil, o Instituto Geral de Perícias (IGP), o Corpo de Bombeiros Militar, a Susepe, o Ministério Público, o Poder Judiciário, a Secretaria de Saúde também acompanhou com o serviço de atendimento móvel de urgência. Pela União, a partir de determinação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, teve apoio do Departamento Penitenciário Nacional, Secretaria de Operações Integradas, somaram-se os esforços da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Agência Brasileira de Inteligência, do Exército, da Aeronáutica e da Marinha do Brasil”.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública emitiu uma nota informando que apoia o estado do Rio Grande do Sul na operação: “O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou também, por meio da Portaria nº 102, publicada nesta terça-feira (3) no Diário Oficial da União, o emprego da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária no Rio Grande do Sul, inicialmente por 60 dias, para ajudar o estado a aprimorar os procedimentos e rotinas carcerárias.”, acrescenta a nota.
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