No mês em que se celebra o Dia dos Pais, o psicólogo parental Filipe Colombini destaca a importância da presença afetiva e ativa dos pais na infância de seus filhos.
De acordo com um relatório sobre paternidade ativa desenvolvido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), um pai participativo é aquele que estabelece uma relação que ultrapassa o apoio financeiro. Exercitar a paternidade, portanto, também envolve cuidar das demandas da criança, fortalecer laços afetivos e se envolver nas atividades do lar, além de reconhecer e assumir as responsabilidades que esse papel exige.
Mais do que prover financeiramente, a figura paterna tem papel decisivo no desenvolvimento das crianças, sendo, assim como as mães, pilares do bem-estar de seus filhos. “Os pequenos esperam que seus pais estabeleçam regras e as apliquem, mas também que lhes proporcionem uma sensação de segurança, tanto física quanto emocional”, diz o especialista. “As crianças querem orgulhar seus pais, e um pai presente promove crescimento e força interior. Quando estes são afetuosos e solidários, isso impacta significativamente o desenvolvimento cognitivo e social da criança, além de inspirar uma sensação geral de bem-estar e autoconfiança”, conclui.
Estudos mostram que a participação do pai na criação impacta diretamente na autoestima, desempenho escolar e até nas habilidades sociais dos pequenos. “Pais presentes contribuem para que filhos se tornem adultos mais seguros e saudáveis emocionalmente”, afirma Colombini.
A ausência paterna, por outro lado, pode trazer efeitos duradouros. Crianças que crescem com pais distantes ou ausentes têm maior risco de desenvolver quadros de ansiedade, dificuldades de relacionamento e até comportamentos agressivos.
Segundo Colombini, a presença não se resume ao tempo físico, mas à qualidade da conexão emocional. “Não adianta estar em casa, mas ser ausente do ponto de vista emocional. Ser um pai presente significa escutar, brincar, participar da rotina e demonstrar interesse genuíno pela criança“, reforça o psicólogo.
Novas configurações das famílias favorecem a paternidade ativa
Com as transformações nos arranjos familiares e o aumento da participação masculina no cuidado com os filhos, Colombini identifica avanços significativos na forma de exercer a paternidade. Ainda assim, persistem obstáculos culturais. “Muitos cresceram sem referências de uma figura paterna afetuosa e, por isso, podem ter dificuldade em assumir esse papel com consciência”, explica o psicólogo. “A boa notícia é que é possível desenvolver essas competências em qualquer etapa da vida”, conclui.
Para o especialista, o Dia dos Pais pode ser uma oportunidade para refletir sobre o legado que estes deixam para seus filhos. “Ser pai vai muito além do DNA. É sobre a construção diária de vínculos que deixam marcas para toda a vida”, afirma.
Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.
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