O início desta semana foi um momento de expectativa para cerca de 735 mil alunos da Rede Estadual. Após o recesso de julho, 2.230 escolas estaduais voltaram às aulas na segunda-feira (5/8). A data marcou o retorno de 32 delas que estavam fechadas por conta dos impactos das enchentes de abril e maio. As práticas pedagógicas, porém, foram mantidas ao longo de toda a crise meteorológica por meio de modelos como revezamento, híbrido ou remoto.
Um exemplo é a Escola Estadual de Ensino Médio Américo Braga, a mais antiga de Eldorado do Sul, com 73 anos de história. A instituição reabriu na segunda, recebendo seus 550 alunos com um dia de acolhimento, jogos e atividades lúdicas.
Recursos da Secretaria da Educação (Seduc) e a união de esforços permitiram a reconstrução do terreno da escola, localizada a 100m do Lago Guaíba. Durante as cheias, o pátio ficou completamente alagado, causando danos materiais nas salas de aula, na biblioteca e no refeitório, além de abrir uma cratera no local.
“A abrangência da catástrofe foi muito grande em nossa comunidade escolar, afetando a escola, os professores, os funcionários e os estudantes. Mas agora os alunos estão felizes e ansiosos para voltar a estudar e ocupar esses espaços novamente”, comemorou a diretora Adriana Rosa. “É inspirador ver essa geração que não será marcada pela derrota, mas pela coragem, força de vontade e sensação de que sempre é possível superar desafios quando há união. É uma lição de vida.”
Com o retorno às aulas presenciais, os alunos da Américo Braga fazem planos para o futuro, especialmente os do último ano do Ensino Médio. Empolgada com a formatura em dezembro, a estudante Ana Júlia, de 18 anos, sonha cursar Arquitetura e Urbanismo. “Eu já tinha objetivos antes, e agora eles ficaram maiores”, disse.
O desejo de continuar estudando também é compartilhado por Ediane Casagrande, de 19 anos. “Quero me esforçar mais, começar um curso, fazer vestibular e passar numa vaga na área de saúde, talvez em Enfermagem”, contou.
Em Canoas, a volta ao atendimento presencial era aguardada com ansiedade na Escola de Ensino Fundamental Álvaro Moreyra, uma das instituições de ensino mais atingidas no município. O retorno dos 450 alunos teve brincadeiras, pipoca e algodão doce para celebrar o recomeço, e contou com a presença da secretária da Educação, Raquel Teixeira, que acompanhou as festividades.
Na ocasião, houve ainda a cerimônia de entrega de materiais da campanha solidária da Associação de Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), que arrecadou materiais para a recuperação de salas e do refeitório.
“Mais do que esperançosa, estou confiante neste segundo semestre. Sairemos mais fortes e mais resilientes do que éramos porque estamos unidos: escola, governo, sociedade e Ajuris, todos estão ajudando muito”, destacou Raquel.
No local, a água subiu cerca de 2m, ultrapassando a altura do muro. A escola recebeu da Seduc 400 conjuntos de mobiliários escolares, além de três parcelas auxiliares via autonomia financeira que totalizaram R$ 240 mil para pequenos reparos e compras de materiais.
“Conseguimos entrar na escola apenas no dia 8 de julho. Achávamos que não seria possível retornar ainda neste ano, que os mobiliários não viriam a tempo”, relata a diretora Luciana Schenkel. “Com as verbas chegando, fomos nos enchendo de esperança. Estamos muito felizes. A escola vai voltar melhor do que era antes da enchente.”
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