Projetos de alunos do Senai-RS conectam tecnologia e prática para resolver problemas de empresas parceiras
Empilhadeiras de Lego programadas para navegar entre prateleiras, sensores inteligentes abrigados em caixinhas impressas em 3D e máquinas capazes de medir ferramentas com alta precisão. Esses são alguns dos 36 projetos desenvolvidos por alunos do Senai-RS que transformam a forma como a indústria gaúcha lida com os desafios do dia a dia e que serão apresentados no Futur.E, maior evento de educação promovido pelo Sistema FIERGS, de 1º a 3 de outubro em Porto Alegre.
Foto: Jacqueline Vanzetta
Projetos como o Logiflow, SCR e o Toolsave nasceram de uma parceria única: empresas apresentam desafios reais ao Senai-RS e os alunos desenvolvem soluções práticas usando criatividade, tecnologia e muito trabalho em equipe. O resultado são protótipos funcionais que não apenas impressionam pela inovação, mas também pelo potencial de transformar processos industriais.
QUANDO O LEGO ENCONTRA O CHÃO DE FÁBRICA
No Senai de Montenegro, mais especificamente no posto de atendimento de Tupandi – unidade que funciona dentro do Grupo K1, maior grupo moveleiro da América Latina –, cinco jovens transformaram blocos de Lego em uma solução de logística inteligente. O projeto Logiflow nasceu do desafio de modernizar o processo de separação de pedidos, ainda muito dependente do trabalho manual.
“A tecnologia vai funcionar para os produtos, o palete e os volumes onde os produtos são acondicionados”, explica a instrutora Elisabete Teixeira Schwanck. A solução utiliza inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT), especificamente com tecnologia RFID, a mesma usada em lojas de roupas para evitar furtos.
A equipe formada por Cassiano Meurer (16 anos), Fernanda Luiza Moretti (18 anos), Kauane Hickmann (15 anos), Natália Wames Orth (17 anos) e Vitor Hugo Fiorese (16 anos) desenvolveu um protótipo onde uma empilhadeira programada percorre um armazém em miniatura, lendo etiquetas especiais e atualizando automaticamente o sistema de estoque.
“Os alunos estão ‘voando’, vamos dizer assim. Estão empolgadíssimos“, conta o instrutor Gilberto Antonio Madalosso. “A cada passo, a cada evolução, eles vêm correndo nos contar: ‘Professor, conseguimos avançar mais um pouco!’.”
SENSORES INTELIGENTES PARA DESAFIOS GIGANTES
Em Lajeado, outro grupo de estudantes enfrentou um desafio de proporções gigantescas. A empresa Baldo S.A., uma das maiores exportadoras de erva-mate da América Latina, tinha um desafio a ser resolvido: como localizar com maior precisão as embalagens de 600 quilos de erva-mate armazenadas em seus centros de distribuição?
“São de cinco a 10 toneladas em cada centro de distribuição“, dimensiona a instrutora Jacqueline Alba Vanzetta. O SCR (Sistema Cooperativo de Rastreamento), desenvolvido por Daiane Eloisa Christmann (18 anos), João Gabriel Gonçalves Ferreira (16 anos), Larissa Vargas de Oliveira (16 anos) e Rafael Fernando Klein (17 anos), propõe uma solução inteligente: sensores que coletam dados de localização, temperatura e umidade, enviando tudo para a nuvem em tempo real.
“Estamos tentando entregar algo a mais na nossa solução, além do que eles pediram“, revela o instrutor Antonio Marcos da Silva. O projeto não apenas resolve o problema do inventário, mas também oferece rastreabilidade durante o transporte, um bônus que pode auxiliar a logística da empresa.
INOVAÇÃO SOB MEDIDA
Na unidade Senai Mecatrônica em Caxias do Sul, cinco estudantes desenvolveram uma solução para otimizar o controle de ferramentas de corte na Susin Francescutti Metalúrgica. A empresa, que fabrica peças para o ramo automotivo, identificou uma oportunidade de melhoria no gerenciamento de suas brocas especiais.
“A solução busca criar um histórico completo de cada broca, desde quando ela chega na empresa até todos os processos de manutenção”, explica o instrutor Thiago Flexa de Sousa Silva. Fabricio Hammes de Souza (19 anos), Júlia Novello Dalanhol (19 anos), Kaio Manfro da Silva (18 anos), Luana Costa Cruz (19 anos) e Matheus Felipe Schwade (17 anos) desenvolveram uma máquina que mede automaticamente as brocas e alimenta um banco de dados, criando um sistema de rastreabilidade que elimina possíveis falhas operacionais e oferece dados precisos para tomada de decisão.
O projeto tem uma história especial: começou no ano passado com outro aluno, Pedro Peruzzo, que impressionou tanto a empresa durante o desenvolvimento que foi contratado após a sua formatura no Senai. “Ele ficou muito feliz de ser absorvido pela própria empresa. Realmente gostaram do trabalho do rapaz”, conta o instrutor Erick Schiavo.
SOBRE O FUTUR.E
Esses e muitos outros projetos serão apresentados no Futur.E, evento que acontece de 1º a 3 de outubro no Centro de Eventos FIERGS. Mais do que mostrar protótipos, os estudantes demonstrarão como o ensino inovador do Senai-RS é a ponte entre os desafios da indústria e as soluções do futuro. Com entrada gratuita, a iniciativa reunirá cerca de 20 mil estudantes, professores, empresários e gestores públicos. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo site future.fiergs.org.br.
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