Na área de inovação, ciência e tecnologia, ações pós-enchentes focam em manutenção de talentos e resiliência climática
Neste um ano desde as enchentes que assolaram o território gaúcho, a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs) investiram cerca de R$ 14 milhões na manutenção de startups no Estado. Os recursos são provenientes do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), destinado a ações de ampliação da resiliência climática e de enfrentamento das consequências das cheias.
Além disso, a Sict atua em duas outras frentes: o programa RS Talentos, que aplicará R$ 21 milhões na formação de novos engenheiros, e o Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática, que integra a estrutura do Plano Rio Grande e reúne especialistas nas áreas ligadas ao clima.
“A questão da atração e retenção de talentos é um dos focos da nossa atuação enquanto secretaria. Alinhados ao Plano Rio Grande, criado pelo governador Eduardo Leite, acreditamos no potencial desse capital humano para tornar o Rio Grande do Sul mais fortalecido frente aos desafios que se impõem”, afirmou a secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia, Simone Stülp.
O Plano Rio Grande é um programa de Estado criado para reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.
Edital Manutenção de Talentos
Com um investimento de R$ 14,4 milhões provenientes do Funrigs, o edital Programa Manutenção de Talentos Tecnológicos – Emergência Climática foi lançado em outubro de 2024. Atualmente, estão em fase de contratação 113 projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico envolvendo o estímulo à manutenção de talentos que atuam em startups sediadas no Rio Grande do Sul.
Cada projeto está recebendo até R$ 132 mil, com prazo máximo de 24 meses para execução. No edital, startup é entendida como uma empresa iniciante, geralmente de base tecnológica, que introduz uma inovação no mercado em que atua, ou ainda uma iniciativa de empreendedorismo dotada de uma ideia inovadora, em estágio inicial de desenvolvimento e validação.
O edital previa uma proporção maior de selecionados provenientes de áreas mais severamente afetadas pelas enchentes. A maioria das propostas aprovadas pertence à região Metropolitana e Litoral Norte (55), seguida das regiões Sul (15), Vales (14), Central (11), Produção e Norte (10), Noroeste e Missões (4), Serra Gaúcha (3) e Fronteira Oeste e Campanha (1).
Entre os municípios, Porto Alegre se destaca com 45 projetos; na sequência, aparecem Santa Maria (10), Pelotas (8), Passo Fundo (6) e Lajeado (6) e Rio Grande (5). Outras 19 cidades também receberam recursos. A tabela completa pode ser acessada aqui.
Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática
Integrante da estrutura de governança do Plano Rio Grande e vinculado à Sict, o Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática realizou cerca de 215 atividades desde a sua instalação, em junho de 2024. Estão incluídos reuniões, pareceres, publicações, núcleos temáticos, interações com a sociedade e oficinas.
O Comitê já emitiu seis pareces técnicos sobre temas diversos ligados à reconstrução. Um deles, a respeito de radares meteorológicos, subsidiou a escolha dos equipamentos adquiridos pela Defesa Civil. Além disso, o parecer do projeto do Arroio Feijó/Rio Gravataí avaliou o anteprojeto de obra de contenção de cheias que afetam Porto Alegre e Alvorada. Semelhante ao anterior, o parecer de proteção contra cheias em Eldorado do Sul contemplou, também, medidas não estruturais que devem acompanhar a obra de engenharia para garantir a resiliência.
Já o parecer de contratações do Grupo Mapeamento e Monitoramento analisou termos de referência sobre aerolevantamento com tecnologia LiDAR, levantamento batimétrico, previsão de eventos hidrológicos e estações de nowcasting. Em relação ao Plano Estadual de Segurança Hídrica, o parecer avaliou o esboço do termo de referência do plano com sugestões para ampliar sua abrangência, fortalecer a governança e torná-lo uma ferramenta estratégica. Por fim, o parecer sobre a dragagem da Hidrovia Lagoa dos Patos/Lago Guaíba avaliou a adequação da solução proposta.
Outro destaque são as rodas de conversa que o Comitê realiza para se aproximar da sociedade. Na academia, as atividades tiveram como foco os alunos do programa Professor do Amanhã, uma parceria da Sict com a Secretaria da Educação, e ocorreram na Feevale, em Novo Hamburgo, na Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos), em São Leopoldo, e na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre.
Parte das ações sociais do South Summit Brazil, o projeto “Supporting Communities Affected by Floods” envolveu escuta ativa em locais severamente afetados pela inundação de maio de 2024, com o objetivo de compreender os desafios enfrentados pela população e identificar possíveis soluções para eventos futuros. As rodas de conversa aconteceram em Canoas, Alvorada e Eldorado do Sul, com mais de 100 participantes ao todo, e o relatório final foi entregue ao governador Eduardo Leite durante o evento.
Além disso, houve três reuniões extraordinárias do Comitê em 2024, abertas ao público e à imprensa. Foram realizadas na Expointer, na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em Capão do Leão, e no Tecnopuc, durante a Semana da Inovação.
Programa RS Talentos
Inédito no país, o programa RS Talentos disponibilizará até 400 bolsas de estudos para formação de engenheiros, com investimento de R$ 21 milhões via Funrigs. As vagas serão destinadas a universidades públicas e comunitárias localizadas nas regiões do Inova RS mais atingidas pelas enchentes – Metropolitana e Litoral Norte, Sul, Vales, Central e Serra Gaúcha.
O lançamento do edital está previsto para o primeiro semestre de 2025, e as aulas deverão começar no segundo semestre. A iniciativa inclui os cursos de Ciência da Computação, Engenharia de Automação, Engenharia da Computação ou de Software, Engenharia Elétrica/Eletrônica, Engenharia Mecânica e Engenharia Química.
Nas instituições comunitárias, as bolsas de estudos consistirão em R$ 2 mil para taxa acadêmica, pagos à universidade, e R$ 2 mil para bolsa de estímulo à inovação, pagos ao aluno. Já nas instituições públicas, serão pagos R$ 2 mil ao aluno. Em ambos os casos, as bolsas terão duração de 18 meses.
A Sict é responsável pela operacionalização e execução do programa, que envolverá a publicação de edital para seleção de propostas de instituições de ensino. Após a comunicação do resultado, as instituições serão responsáveis por conduzir processos seletivos abertos aos interessados nos cursos de graduação contemplados pelo programa.
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