Boletim da Receita Estadual mostra leve alta nas vendas internas e retração nas exportações no último trimestre
O governo do Estado, por meio da Receita Estadual, lançou nesta quinta-feira (16/10), durante a Mercopar, em Caxias do Sul, a primeira edição do Índice do Volume de Vendas da Indústria de Transformação (IVI). O indicador, inédito no país, passa a medir o desempenho quantitativo das comercializações de 24 atividades produtivas do Rio Grande do Sul. A publicação foi apresentada em painel de discussão sobre o desenvolvimento econômico estadual, que reuniu representantes da Receita Estadual e da Federação das Indústrias do RS (Fiergs).
Com base nas Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) processadas pela Secretaria da Fazenda (Sefaz), os dados censitários mostram uma visão ampla sobre as comercializações de bens industriais no Estado desde janeiro de 2021. As informações serão divulgadas trimestralmente, mostrando o volume de vendas no mercado gaúcho, para outros estados e para o exterior – com recortes de taxas mensais, trimestrais, acumulado no ano e acumulado em 12 meses.
“Essa iniciativa atende a uma demanda dos setores produtivos, que solicitavam a ampliação dos dados publicados pela Fazenda, que vinha divulgando o volume financeiro das comercializações da indústria, do varejo e do atacado. O boletim será mais uma ferramenta importante para avaliação de desempenho e tomada de decisões futuras do setor industrial gaúcho”, ressalta o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira.
O boletim revela que, de janeiro a setembro deste ano, as vendas da indústria de transformação do Rio Grande do Sul permaneceram praticamente estáveis em relação ao mesmo período do ano anterior, com leve alta de 0,1%. Apesar do crescimento de 1,5% nas comercializações para o mercado interno, o setor registrou queda de 0,6% nas vendas para outros Estados e recuo de 1,1% nas exportações.
“Esse desempenho não é uma exclusividade do Rio Grande do Sul. Todos os Estados estão acompanhando a tendência de desaceleração da economia brasileira, além dos resultados recentes já refletirem o impacto das tarifas estadunidenses sobre as vendas ao exterior”, explica o economista da Receita Estadual, André Contri.
As maiores retrações foram observadas na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, com uma queda de 9,1% no volume de vendas, seguida pela indústria de móveis, com recuo de 6%. Em contrapartida, apresentaram crescimento nas comercializações as atividades de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (26,5%) e máquinas e equipamentos (11,9%), segmento que representa cerca de 9% do valor total de vendas da indústria do Estado.
Impacto das tarifas dos EUA
Os indicadores também sinalizam os prováveis impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, em vigor desde 6 de agosto. Os dados mostram queda de 6% nas exportações da indústria de transformação do Rio Grande do Sul no último trimestre (de julho a setembro), em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os recuos mais acentuados foram observados em agosto (-8,6%) e setembro (-11,2%).
No recorte por atividade, os setores mais afetados pela redução das exportações foram as indústrias de produção de minerais não-metálicos (como calcário e areia) e de madeira, que registraram quedas de 34% e 32% no volume de vendas para o exterior.
O novo boletim integra o programa Desenvolve RS, iniciativa da Receita Estadual que transforma a base de dados de documentos fiscais em informações acessíveis e úteis para os setores produtivos e para a sociedade.
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