Palestras destacaram estratégias internacionais de valorização da noz-pecã, potencial industrial brasileiro e experiências do Uruguai e México com cultivares
O segundo Encontro Nacional da Pecanicultura (ENAPecan), sediado no campus da Ulbra, em Cachoeira do Sul (RS), encerrou nesta sexta-feira, 7 de novembro, abordando as “Inovações na pecanicultura brasileira”. A mediação foi da vice-presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultores (IBPecan), Maria Tereza de Carli. A palestra iniciou com o engenheiro mecânico Arsenio González, porta-voz do Conselho Mexicano da Noz – Comenuez, que abordou a questão da “Valorização da noz -pecã no mercado interno: Experiência do México”.
O México foi o primeiro mercado internacional a desenvolver uma campanha completa para o American Pecan Promotion Board (APPB), alcançando resultados consistentes. González explicou que o objetivo geral foi consolidar uma cultura sustentável de consumo em torno da noz-pecã, baseada em três pilares estratégicos, que são: sabor, valor nutricional e versatilidade. “O maior desafio no início era o fato de que a noz-pecã não era vista como um alimento do dia a dia. Apesar do México ser um importante produtor, o consumo interno era limitado e associado principalmente à confeitaria“, colocou.
De acordo com González, o modelo mexicano da campanha se baseia na coerência da mensagem, na eficiência dos meios digitais e na educação do consumidor para criar hábitos duradouros. Informou que o Conselho Mexicano se dedica a melhorar a posição das pecans no mercado. Ele concluiu sua fala, salientando que a experiência do México mostra que uma estratégia completa, coerente e culturalmente relevante pode transformar a percepção da noz-pecã.
A segunda palestra foi da doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos e professora da Unisinos, Jéssica Hoffmann. Ela falou sobre o tema “Explorando o potencial da noz-pecã brasileira: Potencial de aplicação na indústria alimentícia”. Inicialmente, Jessica referiu pesquisa conjunta entre IBPecan, Embrapa e Unisinos junto a 28 cultivares, em Cachoeira do Sul, Canguçu e Santa Rosa, em 2022, visando propor os melhores manejos no sentido de potencializar a qualidade da noz-pecã como um produto altamente lucrativo.
Jessica também mostrou estudos acadêmicos que demonstraram o uso da pecan em uma série de produtos derivados e com resultados de boa aceitação junto ao público. “O nosso mercado valoriza o uso de ingredientes regionais, a demanda por alimentos funcionais, então essa questão de nutrição das nozes, ela pode e deve ser valorizada. Esse mercado que está voltado para ingredientes regionais, funcionais e sustentáveis, é positivo e a nossa pecan também entra aqui. Portanto é preciso transformar a nossa identidade produtiva em marca forte e reconhecida. Este é um caminho promissor para diferenciar os nossos produtos e conquistar novos mercados“, concluiu.
A manhã de sexta-feira também contou com a palestra da engenheira agrônoma doutora Paula Conde, da estação experimental do INIA (Instituto Nacional de Pesquisa Agrícola) Las Brujas. Ela falou sobre “Cultivares de noz-pecã: experiência do Uruguai”.
A visita técnica ao pomar LM Parceria Rural, na localidade de Taboão, prevista para finalizar o evento foi cancelada devido ao mau tempo, mas representantes da propriedade apresentaram em vídeo, no auditório da Ulbra, os equipamentos utilizados para a poda mecanizada e o manejo no cultivo da nogueira-pecã.
O II ENAPecan foi uma realização do IBPecan em conjunto com a Prefeitura de Cachoeira do Sul, Emater e Embrapa. Possui o apoio de Pecanita, LM Parceria Rural, Pró-Pecã, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Ulbra e Sebrae.
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