Para promoção de inclusão, servidores do Estado participam de palestra sobre letramento LGBTQIA+

No mês que celebra a diversidade e o orgulho LGBTQIA+, o governo do Estado realiza uma série de ações e eventos para promover a inclusão e o respeito aos direitos dessa população. Dentro desta programação, foi oferecida, na tarde desta segunda-feira (26/6), uma palestra sobre letramento LGBTQIA+ para servidores do Estado. O evento, organizado pela Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), ocorreu no auditório da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Sul (Fase).

Representantes de diferentes secretarias e órgãos do governo estiveram presentes na atividade. Na condução da palestra estavam a diretora da Divisão da Diversidade e de Combate à Intolerância, Glória Crystal, e a assessora técnica Barbara Gonçalves. Glória se identifica como mulher travesti, e Bárbara, como mulher trans. 

Para Glória, o letramento garante que pessoas LGBTQIA+ se sintam respeitadas e acolhidas ao procurarem os serviços do Estado. “Considero extremamente importante. O letramento nada mais é do que informação. É sobre como trabalhar com a população LGBTQIA+ para que sejamos bem atendidos e acolhidos. É importante também para que possamos desenvolver políticas públicas para essa população”, disse.

Ao longo da atividade, foram esclarecidas dúvidas, como as diferenças entre identidade de gênero, sexo biológico e sexualidade. Também abordaram questões como os impactos da homofobia no Brasil, o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo.

No caso específico de assassinatos da população trans e travesti, o Brasil ocupa o topo do ranking há 14 anos. Em função das mortes violentas, a expectativa de vida dessa população no país é de 35 anos. Os dados são da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), da organização da sociedade civil (OSC) Acontece Arte e Política LGBTI+ e da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT). 

Conter a violência contra a população LGBTQIA+ é um dos motivos pelos quais o combate ao preconceito, por meio da informação, é tão necessário. O letramento também ajuda a minimizar estigmas também dentro do serviço público, explicou Bárbara. “A estrutura precisa de renovação porque, cada vez mais, o mundo está evoluindo. A informação faz com que as pessoas possam se atualizar sobre temas que muitas vezes não fazem parte do seu cotidiano. Todo mundo conhece uma pessoa LGBT e é preciso incluir todas. Elas precisam ser respeitadas ao acessar serviços de saúde, ir à delegacia e também se manterem na escola”, disse, lembrando que o preconceito é um fator de evasão escolar. “As pessoas LGBTQIA+ precisam estar no mercado de trabalho, no serviço público e ser referência para outras. Isso depende da educação, que é algo transformador.”

O respeito ao nome social e aos pronomes de identificação são exemplos básicos de como os serviços públicos podem ser mais inclusivos. Entre outros momentos de sua trajetória compartilhados ao longo da palestra, Glória Crystal lembrou de uma experiência recente. Ao sofrer um acidente cardiovascular transitório, ela recorreu a uma emergência hospitalar, onde foi identificada pelo nome masculino, mesmo tendo o nome social identificado em seus documentos. “Eu me identifico com o gênero feminino e quem me vê enxerga isso claramente. Então, me chamarem pelo nome masculino é o tipo de coisa que pode e deve ser evitado”, exemplificou.


GOV RS | Texto: Thamíris Mondin/Secom | Edição: Vitor Necchi/Secom | Foto: Gustavo Mansur/Secom
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