Estudo é fruto da missão internacional à Ásia, liderada pelo governador Eduardo Leite, em novembro
Um completo plano com orientações para efetivação do programa de hidrogênio verde no Rio Grande do Sul começará a ser elaborado. Chamado de “MasterPlan”, o estudo será produzido pela consultoria ERM Japan – especializada em gestão de recursos ambientais – por meio de financiamento concedido pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria (Meti) do Japão. O plano deve estar concluído no início do segundo semestre de 2025.
“O Meti, onde o governador Eduardo Leite esteve na segunda quinzena de novembro, aprovou, junto à consultoria ERM, o uso de recursos do governo do Japão para a realização de um estudo voltado ao desenvolvimento de hidrogênio verde no nosso Estado. Desconheço missão oficial que tenha obtido retorno rápido assim”, disse o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, que participou da missão internacional à Ásia.
O MasterPlan conterá um mapeamento das oportunidades que devem surgir na sequência da implantação do programa de hidrogênio verde no RS. “Para que o plano reflita o quadro energético do combustível no Brasil, a ERM consultará potenciais interessados em nível nacional e estadual”, frisou Hiroshi Tomita, sócio da consultoria ERM em Tóquio.
O que constará no MasterPlan:
“A ERM vai pesquisar as necessidades do Estado, tanto do setor público como do privado, para garantir que o plano master reflita essas demandas”, acrescentou Hiroshi Tomita.
Para se obter o combustível, é preciso energia na eletrólise da água, que separa o hidrogênio do oxigênio. A fim de ser considerado verde, precisa ser utilizado no processo energia 100% renovável, como eólica e solar. Depois de produzido, pode ser estocado para gerar energia por meio de células de combustível em veículos ou ser consumido em indústrias petroquímica, siderúrgica, química, agrícola e alimentícia.
“Paralelamente e após a fase do plano master, será estruturado o projeto-piloto inicial de hidrogênio, com múltiplos apoios e incentivos de suporte para o desenvolvimento de projetos privados de hidrogênio”, disse Tomita.
Há mercado para o hidrogênio por conta da demanda mundial. Atualmente, parte desse consumo é atendido com o uso de combustível fóssil na eletrólise, se obtendo o chamado hidrogênio azul, ou seja, lançando carbono na atmosfera, na contramão da tendência de se buscar a descarbonização. Conforme Tomita, “é essencial que o plano identifique o projeto-piloto mais relevante e todos os possíveis apoios e incentivos de suporte para viabilizar essa iniciativa”.
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