Historicamente, a produção costuma crescer no mês; queda no emprego é a terceira consecutiva
A produção da indústria gaúcha recuou em agosto, com o índice registrando 47,2 pontos. O emprego também apresentou queda – a terceira consecutiva –, ficando em 47,9 pontos, retração mais intensa do que o habitual para o período. Os índices variam de 0 a 100 pontos: abaixo de 50 indicam queda em relação ao mês anterior e acima de 50, crescimento. Os dados fazem parte da Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul, pesquisa do Sistema FIERGS divulgada nesta quarta-feira (24).
Para o presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, os números refletem o cenário de incertezas, marcado pela manutenção de juros elevados, pela insegurança jurídica, pela falta de mão de obra e pelas barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos, que afetaram as exportações de diversas empresas gaúchas. “Os industriais estão cautelosos com a atual conjuntura, o que impacta a produção e a geração de empregos. Os dados que divulgamos também reforçam a necessidade de diálogo direto entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos para discutir a relação econômica bilateral e buscar soluções que destravem o comércio. Além disso, a instabilidade econômica que atravessa a Argentina afeta o nosso cenário interno e exige ainda mais atenção das autoridades brasileiras”, avalia.
De acordo com a pesquisa, a indústria gaúcha utilizou, em média, 70% de sua capacidade instalada (UCI) em agosto, repetindo o percentual pelo terceiro mês seguido. Já o índice de UCI em relação ao usual atingiu 43,8 pontos, o que significa que os empresários consideraram a UCI abaixo do usual para agosto. Os estoques de produtos finais cresceram e ficaram acima do planejado pelo quinto mês consecutivo. Em agosto, os índices de evolução mensal e em relação ao planejado marcaram 52 e 52,1 pontos, respectivamente.
EXPECTATIVAS
O levantamento mostra também que as expectativas para os próximos seis meses se mantiveram pessimistas para todos os índices em setembro, com destaque para as exportações, que registraram 43,4 pontos. Os empresários projetam, ainda, quedas para a demanda (49,3 pontos), para o emprego (47,8) e para as compras de matérias-primas (48,5).
Apesar disso, a intenção de investir das indústrias do estado se manteve positiva e praticamente inalterada em setembro, com o índice oscilando de 54,6 para 54,4, ambos valores acima da média histórica de 51,9 pontos. Em setembro, 58% das empresas gaúchas afirmaram que planejam realizar investimentos nos próximos seis meses. A pesquisa foi realizada com 157 empresas, sendo 36 pequenas, 50 médias e 71 grandes entre os dias 1º e 10 de setembro.
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