Intenção de investir subiu, impulsionada pelo aumento no número de empresas que pretendem injetar recursos em máquinas e equipamentos
A produção da indústria gaúcha caiu em setembro, pela segunda vez consecutiva, com o índice de produção registrando 48,8 pontos. Já o emprego recuou pelo quarto mês consecutivo, com 48,4 pontos, de acordo com a Sondagem Industrial do Sistema FIERGS, divulgada nesta quinta-feira (23). Índices acima de 50 indicam crescimento, e, abaixo, retração. A pesquisa também mostrou que a demanda interna insuficiente foi o maior desafio da indústria no terceiro trimestre de 2025, com 46% das empresas mencionando o problema. A elevada carga tributária foi o segundo maior obstáculo, citado por 38% das indústrias entrevistadas.
O levantamento aponta, ainda, que a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) oscilou de 70% para 69% em setembro, abaixo da média histórica. A utilização efetiva-usual, no entanto, passou de 43,8 para 44,9 pontos, mas ainda é vista como abaixo do esperado para setembro. Já os estoques de produtos finais da indústria gaúcha registraram o sexto aumento consecutivo em setembro, com o índice de evolução alcançando 51,2 pontos. Apesar disso, após cinco meses de acúmulo, se normalizaram em setembro. O índice de estoques em relação ao planejado caiu para 49,8 (de 52,1 pontos em agosto), indicando o retorno ao nível esperado pelas empresas.
EXPECTATIVAS
Conforme a pesquisa, a intenção de investir dos empresários nos próximos seis meses subiu de 54,4 para 57,5 pontos entre agosto e setembro, impulsionada pelo aumento no número de empresas que pretendem injetar recursos em máquinas e equipamentos, pesquisa e desenvolvimento, inovação de produto ou processos (61,6%, frente a 58% em agosto). O presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, ressalta a força da indústria gaúcha, ainda que haja incertezas econômicas nos cenários nacional e internacional.
“Os números reforçam que o Custo Brasil e a demanda interna ainda limitam a produção e seguem afetando a competitividade da indústria. Mesmo assim, o aumento na intenção de investir mostra a disposição do setor em inovar e se modernizar. É essencial avançar em uma política industrial que reduza os entraves estruturais e estimule um ambiente mais favorável à produção e ao emprego”, afirma Bier.
Os índices de expectativa para os próximos seis meses caíram de agosto para setembro e continuam abaixo de 50 pontos, indicando pessimismo. As quedas na demanda (48,2 pontos), no número de empregados (47 pontos) e nas compras de matérias-primas (47,8 pontos) são esperadas pelos empresários no período. O índice para as exportações foi o único a crescer, de 43,4 para 44,2 pontos, mas continuou no campo negativo, registrando o menor valor entre todos os índices.
SITUAÇÃO FINANCEIRA NO TRIMESTRE
No terceiro trimestre, a pesquisa revelou ainda que a situação financeira das empresas permaneceu negativa. A margem de lucro e as condições financeiras foram avaliadas com 40,6 e 46,4 pontos, respectivamente. O acesso ao crédito também se manteve como um entrave, com um índice de facilidade de 37,9 pontos, ainda distante dos 50 pontos que indicam condições normais. Os preços das matérias-primas subiram, embora com uma desaceleração. O índice caiu 3,1 pontos, para 53,4, o menor patamar desde o terceiro trimestre de 2023.
A pesquisa foi realizada de 1º a 10 de outubro com 137 indústrias, sendo 34 pequenas, 43 médias e 60 grandes. Confira todas as informações aqui: https://observatoriodaindustriars.org.br/inteligencia-areas/sondagem-industrial/.
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