Rumos dos juros desafiam o setor de crédito no Brasil

Fundador da Nax Finance explica como cenário de incertezas afeta concessão de crédito, consórcios, seguros e soluções financeiras

Em 18 de junho de 2025, o Copom elevou a Selic para 15% ao ano — o maior patamar em quase 20 anos — e indicou que o ciclo de aperto foi concluído. A previsão do mercado aponta estabilidade em 15% até o fim de 2025, com cortes iniciando apenas em janeiro de 2026, rumo a cerca de 12,5% ao fim de 2026. Nos EUA, o Fed manteve os juros entre 4,25% e 4,5% e sinalizou possibilidade de dois cortes ainda em 2025, com um corte adicional em 2026.

Para Ernatan Benevides, Fundador da Nax Finance, esse ambiente de altas prolongadas exige agilidade na criação de produtos. “A decisão afeta a concessão de crédito, porém consórcios e seguros não são impactados diretamente, a não ser se o entendimento for de retração da economia ou redução da atividade econômica. No caso específico do consórcio nunca se vendeu tanto no Brasil, mesmo com cenário de juros elevados.”

Para Ernatan, esse ambiente de altas prolongadas exige agilidade na criação de produtos. “‘Super Quarta’ serve como termômetro: é preciso adaptar ofertas de crédito, consórcios, investimentos e seguros conforme os sinais dos bancos centrais”, explica. “Não dá mais para esperar decisões definitivas — é preciso reagir rápido aos indícios do mercado.”

Para necessidade imediata, o crédito com garantia permanece atraente por oferecer taxas mais baixas. “O investidor precisa estar fortalecido com soluções híbridas, como crédito consignado combinado com seguros, além de home-equity, que é o crédito com garantia de imóvel”.

Desafios para PMEs e autônomos
Pequenos empresários seguem impactados pelos juros altos. Benevides relata aumento de busca por linhas com carência, antecipação de recebíveis e seguros patrimoniais — ferramentas vitais para manter fluxo de caixa e continuidade dos negócios. “O empreendedor hoje precisa de fôlego. O foco deve ser proteger o patrimônio e garantir liquidez para atravessar esse período desafiador”, aponta.

Previsibilidade como alívio
A manutenção da Selic em 15% fornece segurança para precificação e definição de riscos, além de permitir ajustes em prazos de consórcios e apólices. A previsibilidade é vista por Benevides como ponto-chave para produto competitivo, mesmo no curto e médio prazo. “Saber que os juros não vão disparar mais já é meio caminho andado. Isso nos permite oferecer prazos mais longos, com clareza nos custos e riscos para o cliente”, conclui.


Toda Comunicação | Foto: Reprodução

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