É fundamental a mudança de cultura. O Estado existe para servir a sociedade, e não para ser servido por ela”. As palavras extraídas do ideário de Eduardo Campos nunca foram tão atuais. O ex-governador de Pernambuco foi um dos políticos mais promissores do país. Um homem a frente de seu tempo, de grande capacidade de liderança, coragem e dinamismo. Passados cinco anos de sua morte, é notória a necessidade de sua vertente política – calcada no diálogo, no bom senso e no equilíbrio – perdurar.
Hoje, vivemos um momento político de extrema polarização. Acabamos por assistir parte da esquerda sucumbir ao patrimonialismo, ao fisiologismo e à corrupção. E, mais, sectarizar o debate político, fragmentar-se e ver sua credibilidade ser, pouco a pouco, corroída. Temos agora a oportunidade única de dar sequência à linha de Campos. Há espaços para o fortalecimento de uma nova, moderna e conectada esquerda – preocupada verdadeiramente com o cidadão.
É obrigação estarmos sintonizados com os recados que as urnas deram ao país. O principal deles está nas mudanças estruturantes. Posso, particularmente, discordar de vários pontos dos projetos de reformas apresentadas pelo governo. Entretanto, não posso virar as costas para as necessidades apontadas pela maioria da população. As terceirizações e a diminuição da máquina pública, por exemplo, também estão no cerne do debate político.
O Estado não deve voltar-se para si. Deve, sim, concentrar-se nas pautas essenciais à vida dos brasileiros. É por essa razão que a esquerda deve fazer a autocrítica, olhar para o espelho e vislumbrar um recomeço com maturidade e responsabilidade. Todos precisamos de humildade para reconhecer que o Estado pesado causa letargia e prejudica o cidadão comum, que espera por melhores serviços.
A esquerda, portanto, deve fazer uma autocrítica, corrigir rumos, reinventar-se e patrocinar uma agenda de compromisso e decência para com o bem-estar social. Esse, aliás, é um desafio para todos. E um dos caminhos de sustentação da nova esquerda está, definitivamente, na linha ponderada e equilibrada de Eduardo Campos. Que sua memória nos inspire.
Miki Breier – Prefeito de Cachoeirinha
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