Aumento de casos de câncer em jovens reforça importância da preservação da fertilidade

  • 24 de setembro de 2019
  • Sol FM

Técnicas da medicina são aliadas de pacientes oncológicos que pretendem ter filhos

Pesquisa recente do Observatório de Oncologia alertou para o aumento dos casos de câncer na população entre 20 e 49 anos. O estudo, realizado entre 1997 e 2016, demonstrou avanço das taxas brutas de mortalidade no Brasil por todas as neoplasias. Para a faixa etária com menos de 50 anos, a alta ocorreu em dez dos 19 tipos analisados.

Mesmo com esse crescimento, os recursos terapêuticos evoluíram muito no período, e as taxas de sobrevida estão cada vez maiores. O desafio, segundo especialistas, passa a ser a repercussão tardia dos tratamentos – que antes não eram tão frequentes e agora assumem um papel importante para a manutenção da qualidade de vida. Entre as complicações está a possível perda de fertilidade.

Segundo o ginecologista Fernando Badalotti, para os pacientes oncológicos em idade reprodutiva e fertilidade em risco devido às terapias, existem alternativas que podem ser aliadas ao desejo de ter filhos. “Com o diagnóstico precoce da doença, é possível que a pessoa tenha filhos biológicos no futuro”, destaca o especialista em reprodução assistida do Fertilitat.

Diretriz da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) aponta que os riscos que tratamentos podem oferecer à fertilidade e alternativas para preservá-la devem ser registrados em prontuário. “Os pacientes devem ser informados sobre os perigos e direcionados a um especialista em preservação da fertilidade”, pontua Badalotti.

Como preservar

Diferentes opções de terapias de preservação estão disponíveis. Em mulheres, é realizada a indução da ovulação, e os óvulos podem ser congelados e preservados para uma ocasião mais oportuna, sem os riscos inerentes ao tratamento. Outra possibilidade é fertilizar os óvulos com o sêmen do parceiro e congelar os embriões. Para um público feminino mais jovem, Badalotti cita a técnica de congelamento do tecido ovariano. “Com esse método, os fragmentos de ovário são retirados por laparoscopia e reimplantados após o tratamento da enfermidade.”

E para homens, a criopreservação do esperma é a melhor forma de preservação estabelecida, segundo o especialista. “Óvulos, espermatozoides e embriões podem manter-se preservados por tempo indeterminado, proporcionando assim o tempo necessário para a cura do paciente”, destacou o especialista do Fertilitat. A clínica integra o Oncofertility Consortium, rede internacional que une mais de 50 centros de todo o mundo, com objetivo de expandir conhecimentos, pesquisas e práticas clínicas na área da oncofertilidade.


Cláudia Paes
Assessoria de comunicação

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