Caso os cálculos sejam confirmados, preço médio cobrado pelo litro do combustível nos postos passará de R$ 6,654 para R$ 6,444
Para o diesel, adoção de uma alíquota única de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) pode reduzir em R$ 0,21 o preço do litro do produto na bomba, segundo cálculos apresentados pelos estados. Os governos regionais, no entanto, argumentam que a política de preços da Petrobras pode fazer com que haja novos aumentos ao consumidor final.
O preço médio cobrado por cada litro do combustível comum passará de R$ 6,654 para R$ 6,444 e o do diesel S-10 cairá de R$ 6,751 para R$ 6,541, caso a previsão seja confirmada. Os valores levam em conta o último relatório da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Os governadores decidiram adotar a alíquota única do ICMS sobre o diesel, com cobrança sobre o litro de combustível, e não mais sobre o valor final, após a aprovação de uma lei no Congresso sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, em reunião nesta terça-feira (22).
Os estados decidiram adotar a alíquota uniforme para evitar o congelamento do imposto com base nos preços dos últimos cinco anos, medida de transição prevista no projeto. Os governadores resolveram questionar o dispositivo alternativo no STF (Supremo Tribunal Federal).
Os governos regionais decidiram adotar aquilo que consideram a menor das perdas criadas com a nova lei. O preço dos combustíveis entrou na agenda de uma disputa política envolvendo Bolsonaro e os governadores.
O chefe do Executivo federal pressiona os Estados a reduzirem o ICMS e culpa o imposto estadual pela alta nos preços. Os governos regionais, por outro lado, não querem abrir mão de arrecadação e avaliam que a aprovação do projeto no Congresso turbinou o discurso de Bolsonaro.
“É como se tivesse um plano para desequilibrar Estados e municípios. A toda hora impõe uma perda de arrecadação não prevista, um aumento de despesa não previsto. É muito fácil adotar medidas criando problema para os outros, só que esse problema não é para o governador, é para a população”, disse o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).
Os estados ainda insistem na aprovação do PL 1472, aprovado no Senado e por enquanto engavetado na Câmara. A proposta cria uma conta de estabilização dos preços e força a Petrobras a mudar a política de preços, atualmente atrelada ao mercado internacional.
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