Os Centros da Juventude (CJ) contribuem para redução da incidência de conflitos de jovens com a lei, é o que mostra um estudo divulgado nesta quarta (1/3). A chance de cometer delito e ter ingresso na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul (Fase) ou no sistema prisional é cerca de 45,9 vezes maior entre os jovens menos engajados nas atividades do programa se comparados com os jovens multiplicadores.
O estudo, elaborado pelo Departamento de Planejamento Governamental, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), também mostrou que, se for considerado apenas o ingresso na Fase, a chance de delito é 46,2 vezes maior, ao passo que, se forem levados em conta os dados de ingresso no sistema prisional, o índice é 27,6 vezes maior. Por outro lado, os pesquisadores não puderam estabelecer relação dos impactos dos CJs sobre o índice de mortalidade dos jovens.
Para mapear o perfil sociodemográfico dos jovens atendidos pelo programa, foram analisados dados relativos aos 5.247 jovens que frequentaram, entre 2017 e 2020, algum dos quatro centros sediados em Porto Alegre, nos bairros Cruzeiro, Lomba do Pinheiro, Rubem Berta e Restinga. Para avaliar os impactos, eles foram divididos em dois grupos: o grupo de multiplicadores e o dos que são apenas atendidos pelo programa. Os jovens multiplicadores são aqueles que atuam nos CJs como lideranças e têm uma participação maior nas atividades dos centros. Além disso, recebem uma bolsa-auxílio mensal e são monitorados por meio do cumprimento de metas
A partir dessa definição, foram aplicadas técnicas estatísticas que possibilitaram a comparação entre eles, considerando os seguintes fatores: idade média, raça/cor e sexo. O estudo analisou dados de 477 jovens em cada um dos dois grupos. Em termos de perfil, foi possível constatar a predominância do sexo feminino entre atendidos e também entre os multiplicadores. A maioria é de raça/cor preta, com Ensino Fundamental e idade média de 18,8 anos.
Programa de Oportunidade e Direitos
Os CJs fazem parte do Programa de Oportunidade e Direitos (POD), que existe desde 2015 e é gerido pela Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH). O POD é uma política pública de prevenção à violência juvenil e reinserção social de jovens que cumpriram medida socioeducativa. O programa é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento em contrato firmado com o governo do Estado e conta ainda com outros dois CJs, em Viamão e Alvorada, os quais não fizeram parte do estudo.
Avaliação de Impacto dos Centros da Juventude
NÃO ESQUEÇA DE DEIXAR SEU COMENTÁRIO
MAIS DA SOL FM
Copyright © 2019 Radio Sol 107,3 FM - Rolante - RS - Brasil - www.sol.fm.br