Cenário prolongado da pandemia, ainda que não de forma direta, trouxe impactos que podem estar sendo sentidos no desenvolvimento da fala de crianças
O principal desafio dos médicos pediatras é convencer pais e responsáveis para que tenham controle e moderação com o uso de telas, presentes nos smartphones, tablets e televisão. A pandemia colocou todos em isolamento, ou seja, os pais precisavam trabalhar e cumprir afazeres. O que acabou acontecendo é que as crianças foram, em muitos casos, colocadas para ficar mais tempo em frente às telas.
“A tela não é por si só a causadora do problema, mas o uso dela passa a ser na medida que substitui o ser humano na interlocução com a criança. Sabe-se pela neurociência que um bebê vai estimular as vias neurais no momento em que um cuidador faz estímulos de comunicação e interação. Sem isso, acontece um prejuízo para o desenvolvimento da fala. É como se fosse uma via de mão única”, explica o médico pediatra e membro do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Renato Santos Coelho.
Além disso, um dos principais obstáculos foi o fechamento de escolas e creches, que limita as oportunidades de interação social das crianças com outras crianças e adultos. As crianças podem ter perdido a oportunidade de participar de atividades de grupo, como brincadeiras, jogos e conversas, que são importantes para o desenvolvimento da fala e da linguagem. A correção desses rumos deve ser feita através de conversas com o pediatra.
“É importante que as famílias estejam cientes desse quadro e busquem maneiras de apoiar o desenvolvimento da fala e da linguagem de seus filhos, incluindo interações positivas e redução do tempo de tela”, finaliza o médico.
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