Governador ressaltou equilíbrio fiscal com reformas e Plano Rio Grande como alavancas de desenvolvimento do setor construtivo
A primeira edição do Construa Sul 2025 reuniu nesta quarta-feira (12/6), em Curitiba, os governadores Eduardo Leite (RS), Jorginho Mello (SC) e Ratinho Junior (PR), em um painel voltado à promoção da Região Sul como destino estratégico para investimentos na construção civil. A mediação foi do jornalista Carlos Tramontina. O evento, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), celebrou os 81 anos da entidade paranaense e reuniu mais de 500 empresários, autoridades e especialistas do setor no Ópera Concept Hall.
Em sua apresentação, Leite defendeu a valorização da Região Sul, que reúne 14% da população brasileira, mas responde por 17% do PIB nacional e 20% da produção industrial – mesmo sem contar com os incentivos e fundos constitucionais destinados a outras regiões do país.
“Essa realidade se dá com o esforço e o trabalho próprio aqui da região. Isso tem que ser valorizado, exaltado, mas também tem que ser motivo de luta junto a Brasília para que se corrija essa distorção”, pontuou Leite.
Reforma e reequilíbrio como base para investimentos
Ao destacar os avanços do Rio Grande do Sul, Leite reforçou a transformação do Estado a partir de uma ampla agenda de reformas. “Não há sociedade próspera com governo desajustado”, afirmou, ao lembrar que o RS enfrentava salários atrasados e serviços públicos colapsados.
“Fizemos reformas administrativa e previdenciária profundas, com redução de vantagens salariais, reforma tributária, teto de gastos, privatizações e adesão ao Regime de Recuperação Fiscal“, listou o governador.
Como resultado, o Estado reduziu seu déficit previdenciário, zerou a dívida histórica do Caixa Único e aumentou sua capacidade de investimento para 10% da Receita Corrente Líquida – a maior marca em décadas.
“O ajuste fiscal permite a gente ser mais ousado em investimentos onde o Estado deve estar presente. Somos o primeiro governo, em muitas décadas, que consegue aumentar o efetivo da segurança pública e reduzir homicídios, roubos e latrocínios com base em dados e estrutura”, ressaltou.
Incentivos à construção civil e parcerias estratégicas
Leite destacou que o Rio Grande do Sul possui hoje R$ 46 bilhões em investimentos contratados por meio de concessões e privatizações, além de R$ 16 bilhões em novos projetos em estrutura logística, energia, saneamento e mobilidade. Parte expressiva desses investimentos movimenta diretamente a cadeia da construção civil. Além disso, o governo estadual implementou uma série de medidas tributárias favoráveis ao setor.
“Conseguimos ser mais ousados em benefícios tributários para setores importantes como a construção civil. Reduzimos base de cálculo de ICMS, ampliamos o crédito presumido para componentes e estruturamos incentivos que aumentam a competitividade da indústria”, afirmou.
Plano Rio Grande: reconstrução e oportunidades
Um dos eixos centrais da fala do governador foi o Plano Rio Grande, que reúne mais de R$ 7 bilhões em investimentos já direcionados à reconstrução do Estado. Leite destacou o papel da construção civil na recuperação de estradas, desassoreamento de rios, implantação de sistemas de proteção contra cheias e na construção de milhares de moradias.
“A construção civil é parte estratégica da nossa reconstrução. Nossa Estratégia Integrada de Habitação prevê a construção de mais de 10 mil moradias no Rio Grande do Sul. E também temos um programa habitacional, o Porta de Entrada, que apoia diretamente as famílias com recursos para entrada de imóveis, o que ajuda a fomentar a demanda do setor“, destacou o governador.
Leite também fez questão de prestar agradecimento ao apoio recebido dos Estados vizinhos durante as enchentes históricas de 2024. “Fundamental fazer um agradecimento por toda a mobilização que se fez em favor do Rio Grande do Sul. Muito, muito obrigado, em nome do povo gaúcho, por toda a movimentação, a mobilização que se fez em direção ao nosso Estado”, afirmou.
Leite frisou que, além do suporte material – como envio de alimentos e forças de segurança –, o gesto solidário dos vizinhos teve um “efeito moral”, que deu forças aos gaúchos para iniciar a reconstrução. “A certeza dos gaúchos de que eles não estavam sozinhos fez a diferença para que nós pudéssemos nos reconstruir, e hoje o governo e o Estado estão em plena reconstrução.”
Um modelo para o Brasil
Para Leite, a experiência do Rio Grande do Sul, assim como as gestões dos colegas do Paraná e de Santa Catarina, deve inspirar uma agenda de desenvolvimento sustentável para o país. “O Brasil está vendo uma sanha arrecadatória, com sobrepeso sobre o contribuinte, ameaçando o setor produtivo. Temos que impor à União uma agenda de reformas e redução de despesas, e não um ajuste pelo crescimento da receita”, disse.
Ao encerrar sua participação, o governador deixou uma mensagem de otimismo. “A recuperação do Estado é real, concreta. Mesmo após a maior tragédia da nossa história, tivemos o maior volume de investimentos anunciados em 2024: R$ 100 bilhões. O Rio Grande está ajustando suas contas, melhorando o ambiente de negócios e se inserindo nesse esforço coletivo que faz da Região Sul um exemplo para o Brasil“, finalizou Leite.
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