Com soja de baixa emissão, Brasil pode liderar agricultura regenerativa e acessar novos mercados

  • 26 de setembro de 2025
  • Sol FM

Head de ESG da CJ Selecta defende padronização internacional da pegada de carbono

Ao focar na produção de soja de baixa emissão e um modelo produtivo que alia eficiência a práticas regenerativas, Brasil tem potencial para liderar a transição global rumo a uma agricultura de baixo carbono e ampliar sua presença em mercados que exigem rastreabilidade e sustentabilidade. Ainda assim, o país enfrenta obstáculos relevantes, como metodologias internacionais que desconsideram a realidade tropical e uma imagem equivocada da produção nacional, frequentemente associada ao desmatamento. Inserida nesse contexto, a CJ Selecta vem demonstrando que é possível mudar essa narrativa ao investir em mensuração precisa de emissões, uso de dados primários e engajamento com produtores certificados.

Com forte atuação na cadeia da soja, especialmente por meio do SPC (concentrado proteico de soja utilizado na nutrição animal), a empresa tem contribuído para que o agronegócio brasileiro seja reconhecido não apenas por sua escala, mas também pela capacidade de regenerar, medir e comprovar impactos positivos. Para a CJ Selecta, calcular com precisão a pegada de carbono dos produtos tornou-se uma estratégia essencial, não só para atender às exigências comerciais, mas também como parte de uma agenda ampla de resiliência climática e acesso a mercados de maior valor agregado.

Foto: ©RTRS | Ruy Hizatugu.

A pegada de carbono é, na prática, um recorte do ciclo de vida dos produtos que mede suas emissões de gases de efeito estufa. Ela torna a sustentabilidade mensurável. Porém, os números atribuídos à soja brasileira muitas vezes não correspondem à realidade. Estamos falando de um país continental, com seis biomas e sistemas de produção muito diferentes entre si. Usar médias para estimar nossas emissões não é tecnicamente correto, e distorce a percepção internacional”, explica a Head de ESG e Comunicação Corporativa da CJ Selecta, Patricia Sugui.

Protagonismo verde e amarelo

A executiva destaca ainda que as bases de dados internacionais frequentemente superestimam as emissões brasileiras, ao desconsiderar práticas agrícolas locais que contribuem significativamente para a redução da pegada ambiental, como o uso de cobertura vegetal, rotação de culturas, uso racional de fertilizantes e biotecnologia.

“Realizamos um estudo aprofundado da pegada de carbono do SPC não transgênico, com dados primários coletados nas fazendas fornecedoras e análise via satélite da mudança no uso da terra. Adotamos a metodologia PFCR (Product Environmental Footprint Category Rules (PEFCR), que permite uma comparação justa com os dados internacionais. O resultado foi uma emissão de apenas 0,617 toneladas de CO₂ equivalente por tonelada de produto, um número muito abaixo da média frequentemente atribuída à soja brasileira, entre 4 e 6 toneladas por produto”, destaca Patricia.

Segundo ela, um dos fatores críticos nesse inventário é a emissão relativa a mudança no uso da terra, que pode representar até 80% da pegada de carbono de um produto agrícola. A CJ Selecta, ao garantir o não desmatamento nas áreas fornecedoras, conseguiu reduzir drasticamente essa variável, resultado de um trabalho integrado entre produtores certificados, uso de energia renovável na indústria e logística regionalizada.

Apesar do alto custo das operações de monitoramento, reporte e verificação (MRV), a empresa vê nisso uma oportunidade de diferenciação. “Hoje, o mercado ainda não remunera amplamente os produtores por carbono evitado, mas já reconhece e prioriza produtos de baixa emissão. Estamos diante de uma janela estratégica para o Brasil se reposicionar no cenário internacional como referência em agricultura regenerativa e descarbonização da produção de alimentos”, afirma a executiva.

Patricia também defende avanços regulatórios, a exemplo de um mercado de carbono estruturado e transparente no Brasil, com prêmios verdes, incentivos financeiros e adoção de soluções digitais para facilitar a coleta de dados no campo.

“Precisamos fortalecer uma nova narrativa sobre a soja brasileira. Existe uma agricultura regenerativa sendo praticada no país, com capacidade de alimentar o mundo sem agredir o meio ambiente. Mas para isso, é fundamental que os modelos de mensuração reflitam nossa realidade e que os mercados reconheçam esse valor”, reforça.

A fala de Patricia Sugui integrou o painel sobre mudanças no mercado e exigências ambientais durante a RTRS International Conference 2025, evento global que reuniu especialistas, empresas e produtores para debater o futuro sustentável da soja e da cadeia agrícola internacional em São Paulo.

Sobre a CJ Selecta

Desde 1984 a CJ Selecta, companhia que faz parte da CJ Bio Division do grupo coreano CJ, atua com pioneirismo na fabricação de produtos derivados de soja para diversos segmentos. Com sede em Uberlândia (MG) e unidade industrial em Araguari (MG) e várias filiais espalhadas pelo Brasil, a companhia é hoje umas das maiores exportadoras de Concentrado de Proteico de Soja (SPC, na sigla em inglês soy protein concentrate), com fontes de soja transgênica e não-transgênica. Em 2019 a CJ Selecta iniciou a produção de fertilizantes especiais e soluções para nutrição de plantas, com foco em produtividade e sustentabilidade, integrando tecnologia e conhecimento técnico para oferecer soluções que ajudam produtores a alcançar alta performance de forma ambientalmente responsável.


Attuale Comunicação | Foto: FreePik

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