As doenças neurológicas estão entre as principais causas de incapacidade no mundo, impactando profundamente a autonomia, o bem-estar e a rotina de milhares de pessoas. Com o propósito de transformar esse cenário por meio do conhecimento e da prática médica, o Congresso de Neurologia e Neurocirurgia do Rio Grande do Sul (NeuroSul) reafirma sua importância ao promover atualização científica, troca de experiências e integração entre diferentes especialidades. Reconhecido como um dos mais tradicionais encontros médicos do Estado, o evento conta com o apoio institucional da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) e reúne profissionais dedicados a aperfeiçoar o diagnóstico, o tratamento e o cuidado aos pacientes com doenças do sistema nervoso.
A expectativa é receber entre 400 e 500 participantes, incluindo médicos, residentes e acadêmicos, em uma programação que combina ciência, troca de experiências e formação continuada. “O NeuroSul é um evento já consolidado no calendário da Neurologia e da Neurocirurgia gaúcha. Reúne colegas de diferentes regiões e promove não apenas o congraçamento, mas também a atualização em temas relevantes e o compartilhamento de conhecimento”, destacou o membro da Comissão Organizadora, Dr. André Palmeira.
O congresso também se destaca pela ampla participação acadêmica, com 205 trabalhos científicos submetidos por alunos de graduação, pós-graduação e profissionais de diversas instituições.
“Desses, serão selecionados os melhores para apresentação oral e, entre eles, os destaques nas áreas de Neurologia e Neurocirurgia receberão premiação especial. O objetivo é reconhecer a produção científica e incentivar o desenvolvimento acadêmico de novos talentos”, explicou o Dr. Palmeira.
Com uma proposta que valoriza a interdisciplinaridade e o diálogo entre diferentes frentes da saúde, o NeuroSul 2025 conta com o apoio do Departamento de Ligas da Sociedade de Neurologia, do Departamento de Filosofia, além de laboratórios, indústrias farmacêuticas e de materiais cirúrgicos, e associações de pacientes, como a Associação Regional de Parkinson do Rio Grande do Sul e a Associação Regional de Esclerose Lateral Amiotrófica. “É um evento que congrega diversos setores e fortalece a união entre ciência, prática clínica e cuidado ao paciente”, completou o Dr. Palmeira.
Cefaleia ganha protagonismo com novos estudos e abordagens integradas
O tema da cefaleia será um dos destaques do evento, trazendo à tona a importância de reconhecer e tratar a condição de forma ampla e baseada em evidências. Muitas vezes subestimada e conduzida apenas como um sintoma isolado, a dor de cabeça será debatida à luz dos protocolos atuais de tratamento, com a apresentação de resultados do Registro Brasileiro de Cefaleia (REBRACEF) e uma prévia do primeiro estudo sobre o tema em andamento na América Latina. A temática será conduzida pela médica Dra. Vanise Grassi, que é coordenadora do REBRACEF.

Essa iniciativa pioneira da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe) visa mapear os pacientes atendidos com diagnóstico de dor de cabeça em centros especializados nas cinco macrorregiões do país. É o primeiro registro nacional com dados longitudinais permitindo um acompanhamento detalhado das características das doenças e sua evolução ao longo do tempo. Um dos objetivos centrais é avaliar a efetividade dos diversos tratamentos utilizados, gerando informações essenciais para reforçar as boas práticas clínicas e aprimorar o cuidado dos pacientes brasileiros, considerando suas particularidades regionais.
O Simpósio de Epidemiologia e Ciência de Dados em Cefaleia, que ocorrerá dentro do evento, vai oportunizar o encontro dos pesquisadores do registro para discutir a otimização da coleta de dados, incluindo entrevistas clínicas mais precisas e exames físicos direcionados. Essa integração fortalece a conexão entre pesquisa e prática clínica, ampliando o acesso ao conhecimento e consolidando o NeuroSul como um espaço de excelência para a formação, atualização de toda a comunidade acadêmica e profissional da Neurologia e Neurocirurgia.