Apenas 12 dos 23 segmentos gaúchos exportadores aumentaram suas vendas externas em abril
As exportações da indústria de transformação do Rio Grande do Sul recuaram 6,8% em abril, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os números refletem os impactos da disputa tarifária entre Estados Unidos e China, principais parceiros econômicos do estado, antes de começarem a dar sinais de um possível acordo, viabilizado somente nesta semana, com a redução das taxas por 90 dias. No total, os embarques gaúchos somaram R$ 1,2 bilhão. Embora o preço médio dos produtos exportados tenha subido 24,6%, o aumento não foi suficiente para compensar a queda de 25,2% na quantidade embarcada.
Apenas 12 dos 23 segmentos exportadores registraram crescimento nas vendas. “As exportações foram impactadas pela tensão geopolítica entre as principais economias globais. Agora, esperamos que o novo acordo traga mais previsibilidade para os negócios externos”, diz o presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, que nesta semana integra a missão liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aos Estados Unidos.
China e Irã foram os países que mais contribuíram para a queda nas exportações, com impacto de 3,8 pontos percentuais (p.p). Os Estados Unidos ocuparam a décima posição entre os maiores impactos negativos, com recuo de 0,8 p.p. Em seguida, veio a Eslovênia, com -1,1 p.p. Na contramão, os embarques industriais para a Argentina apresentaram impacto positivo de 1,5 ponto percentual no resultado geral.
SEGMENTOS – De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), de modo geral, o segmento de Alimentos teve a maior contribuição negativa, com recuo 17,8% (-6,3 pontos percentuais), seguido por Celulose e papel (-38,4% ou -3,3 p.p.) e Madeira (-37,8% ou -1 p.p.). Tabaco, com elevação de 32,2% (2,6 p.p.), e Máquinas e equipamentos (16,7% ou 1 p.p.) contribuíram positivamente para o resultado.
As exportações de bens intermediários para a China, utilizados por essa indústria na fabricação de produtos finais somaram US$ 60,3 milhões no período – queda 37,6%, totalizando US$ 36,3 milhões em relação ao mesmo mês do ano anterior. O principal destaque negativo foi a retração nas exportações de celulose e pastas para fabricação de papel, que totalizaram US$ 23,9 milhões, com redução de US$ 21,4 milhões na comparação com abril do ano passado.
Nas exportações gaúchas para os Estados Unidos, houve crescimento nos embarques do ramo de Abate de bovinos, que atingiu US$ 22,5 milhões – um aumento de US$ 18,5 milhões. Em contrapartida, não houve exportações de celulose e outras pastas para fabricação de papel, com recuo de US$ 17 milhões.
Em relação às importações, em abril deste ano, o Rio Grande do Sul comprou US$ 943,3 milhões em mercadorias, retração de US$ 149,8 milhões (-13,7%) em relação ao mesmo mês de 2024. O segmento de Químicos se destacou, com US$ 229,6 milhões importados, embora tenha registrado queda de US$ 5,1 milhões (-2,2%).
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