Faturamento real das PMEs cresce 2,5% em setembro, impulsionado pela indústria e retomada do comércio 

  • 21 de outubro de 2025
  • Sol FM

O período marca o quarto mês consecutivo de alta do IODE-PMEs; avanço anual de 2,5% reflete melhora gradual da confiança e da renda, apesar de cenário ainda restritivo 

O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) aponta que a movimentação financeira média real das pequenas e médias empresas brasileiras cresceu 2,5% em setembro de 2025 em relação ao mesmo mês de 2024. Em termos dessazonalizados, houve leve recuo de 0,8% frente a agosto, interrompendo uma sequência de três altas consecutivas.

Apesar da oscilação mensal, o desempenho positivo no comparativo anual indica uma trajetória consistente de recuperação do setor ao longo do segundo semestre. No acumulado de 2025, o índice mantém estabilidade frente a 2024, refletindo os efeitos de um primeiro semestre ainda marcado por custos elevados e menor confiança empresarial.

“As PMEs vêm apresentando uma retomada gradual desde junho, sustentada por fundamentos como a desaceleração da inflação e o aumento da renda real. Ainda que o crédito continue caro, a melhora do poder de compra das famílias tem contribuído para um ambiente mais favorável, especialmente para os segmentos ligados ao consumo”, analisa Felipe Beraldi, economista da Omie.

 

Indústria mantém ritmo forte e comércio volta a crescer

O setor industrial permanece como principal motor do desempenho positivo das PMEs, com crescimento de 6,1% em setembro, na comparação anual. O avanço consolida a recuperação iniciada em maio e é disseminado entre os segmentos da indústria de transformação; 16 dos 23 subsetores acompanhados pelo índice registraram aumento no faturamento real, com destaque para bebidas, produtos alimentícios e papel e celulose.

Outro destaque do mês foi o retorno do comércio ao campo positivo, com expansão de 2,1% em relação a setembro de 2024. O resultado foi puxado pelo atacado (+4,0% YoY), enquanto o varejo ainda apresenta retração média de 3,5% YoY. Entre os nichos que cresceram no período, sobressaem lojas de departamento, artigos de relojoaria e varejo de doces.

A recuperação do comércio mostra uma melhora na dinâmica da renda e da confiança do consumidor. O atacado, em especial, tem se beneficiado da recomposição de estoques e da estabilização dos custos logísticos”, explica Beraldi.

 

Serviços e infraestrutura sentem os efeitos dos juros altos

O setor de Serviços registrou leve queda de 0,2% em setembro, após avanço de 1,6% em agosto, marcando o primeiro resultado negativo do ano. Ainda assim, segmentos como atividades profissionais, científicas e técnicas e informação e comunicação mantiveram crescimento no período.

Já as PMEs de Infraestrutura continuam em retração, com recuo de 2,3% frente a setembro de 2024, após queda de 5,1% em agosto. O desempenho segue pressionado pela desaceleração da construção civil, afetada pela política monetária restritiva.

Os juros em patamar elevado continuam sendo o principal limitador da expansão dos setores mais sensíveis ao crédito. A indústria e parte do comércio conseguem reagir mais rápido, mas serviços e infraestrutura ainda operam com margens comprimidas”, observa o economista.

 

Cenário de inflação controlada e renda resiliente sustenta avanço

A sequência de resultados positivos do IODE-PMEs desde junho reflete uma superação gradual do choque de custos e confiança observado na transição de 2024 para 2025. A queda nas pressões inflacionárias, especialmente nos preços de alimentos e bebidas — grupo que apresentou deflação de 0,26% em setembro, segundo o IPCA/IBGE —, tem contribuído para aliviar o orçamento das famílias e sustentar o consumo.

Por outro lado, o ambiente macroeconômico segue desafiador, com juros em níveis historicamente altos e condições de crédito restritas, fatores que devem manter o ritmo de crescimento das PMEs moderado, porém estável, até o final de 2026.

“O saldo é positivo, pois o setor mostra resiliência e capacidade de adaptação, mesmo em um contexto de restrição financeira. O desafio agora é sustentar esse crescimento com produtividade, inovação e acesso mais equilibrado a crédito”, conclui Beraldi.

Sobre o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs)

Compreendendo a relevância das PMEs no desempenho econômico do nosso país, a Omie desenvolveu o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que acompanha as atividades econômicas das pequenas e médias empresas brasileiras. A pesquisa da scale-up Omie é um tipo de apuração inédita entre as empresas do segmento, atuando como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, além de oferecer uma análise segmentada setorialmente do mercado de PMEs no Brasil. Para elaborar os índices, a Omie analisa dados agregados e anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 180 mil clientes, cobrindo 748 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) – considerando filtros de representatividade estatística. Os dados são deflacionados com base nas aberturas do IGP-M (FGV), tendo como base o índice vigente no último mês de análise, com o objetivo de expurgar o efeito meramente inflacionário na série temporal, permitindo que se observe a evolução das movimentações financeiras em termos reais.

Sobre a Omie

Fundada em 2013 por Marcelo Lombardo e Rafael Olmos, a Omie tem o propósito de destravar o crescimento de todos os tipos de negócios, oferecendo um sistema de gestão inovador, completo e ilimitado, ancorada em quatro grandes pilares: Gestão, por meio do software; Educação, por meio da Omie.Academy; Finanças, por meio de linhas de crédito e soluções para apoio à gestão de PMEs; e Comunidade, por meio de um ecossistema que conecta clientes, fornecedores e prestadores de serviços. Líder do segmento, a empresa conta com mais de 27 mil escritórios contábeis parceiros, mais de 180 mil clientes, aproximadamente 1600 colaboradores e 120 unidades de franquias no país. Atualmente, o Omie processa mais de R$ 35 bilhões em notas fiscais emitidas por mês, representando um fluxo de cerca de 3,5% do PIB brasileiro.


Máquina CM | Foto: Freepik

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