Ato ocorreu no estande do governo do Estado na Expointer nesta terça (2)
O governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), formalizou, nesta terça-feira (2/9), um protocolo de intenções para fortalecer a Política Estadual de Conservação do Solo e da Água. O acordo, assinado no estande do governo, no Pavilhão Internacional da Expointer, reúne diversas entidades e busca integrar esforços para a preservação de recursos naturais estratégicos ao desenvolvimento do Rio Grande do Sul.
O documento foi firmado sob a coordenação da Seapi e da Associação de Conservação do Solo e da Água do Rio Grande do Sul (ACSA), com a participação de instituições como o Sindicato dos Engenheiros do RS (Senge-RS), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RS (Crea-RS), a Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), a Emater/RS-Ascar e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS).
O diretor do Departamento de Defesa Vegetal da Seapi, Ricardo Felicetti, disse que a iniciativa pretende articular ações conjuntas em sintonia com o decreto estadual 52.751, de 4 de dezembro de 2015, que instituiu a política de conservação.
“A ideia é somar competências e evitar a dispersão de esforços, garantindo que o Estado avance na gestão sustentável do solo e da água. São recursos que sustentam a produção agropecuária, mas também a vida da população”, destacou. Felicetti acrescentou que as estradas influenciam diretamente o ciclo hidrológico das microbacias, com impacto estimado entre 30% e 40%. “Temos base técnica para intensificar o trabalho junto aos municípios e integrar as ações das diferentes entidades”, completou.
Força e união das entidades
O vice-presidente da ACSA, Humberto Dauber, reforçou a necessidade de aproximar o tema dos agricultores. “O foco principal é alcançar o produtor, mostrar a importância da participação nos comitês de bacias. Essa consciência ainda não está consolidada, o que se reflete em alagamentos e perdas recentes. Nossa proposta, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), busca reter a água da chuva no local em que ela cai. Pesquisas mostram que a água infiltrada leva cerca de 60 dias para chegar aos rios. Esse trabalho é estratégico”, disse.
O presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, reforçou que a conservação do solo é condição básica para a agricultura. “É fundamental que entidades e poder público atuem juntos. Precisamos fortalecer a assistência técnica, hoje muitas vezes voltada à venda de insumos em vez de difundir conhecimento. Perdemos práticas valiosas, como a rotação de culturas, que agora se mostram essenciais para o futuro. A saúde do solo é mais importante até que o armazenamento de água: o solo é a base de tudo”, afirmou.
O presidente do Senge-RS, Cezar Henrique Ferreira, destacou o simbolismo da assinatura durante a Expointer. “A feira reúne agricultores, pesquisadores, órgãos públicos e entidades de classe, um espaço ideal para construir consensos. Os engenheiros gaúchos, mais de 60 mil profissionais, estão diretamente envolvidos nesse processo”, observou.
Legislação estadual
O decreto que instituiu a Política Estadual de Conservação do Solo e da Água prevê a cooperação entre diferentes secretarias – Seapi, Meio Ambiente e Infraestrutura e Educação –, além de entidades do setor produtivo e da sociedade civil. O objetivo é estimular práticas de manejo sustentável e garantir a disponibilidade e a qualidade do solo e da água para as futuras gerações.
A política começou a ser discutida em debates técnicos conduzidos pela Seapi e agora ganha amplitude governamental e institucional. A expectativa é que, a partir do acordo firmado na Expointer, as ações sejam mais coordenadas e complementares e alcancem maior capilaridade em todo o território gaúcho.
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