Procedimento consiste na redução do tamanho do estômago
O Dia Nacional de Combate à Obesidade, celebrado em 11 de outubro, visa conscientizar a população sobre o enfrentamento e a prevenção da obesidade, uma condição crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. Esse quadro é considerado um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. A principal estratégia para uma vida saudável envolve uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos.
Em pacientes críticos, a cirurgia bariátrica pode ser uma aliada para aqueles que não obtiveram resposta satisfatória ao tratamento clínico, como o uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida. Segundo o cirurgião bariátrico e digestivo do Hospital Sapiranga, Vinícius Pena Coutinho, para realizar o procedimento, é necessário que o paciente atenda a certos critérios.
“O indivíduo deve apresentar um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 40, ou entre 35 e 39,9, caso haja comorbidades graves associadas, ter passado por tentativas prévias de emagrecimento com medicamentos e dietas, sem sucesso significativo por um período de dois anos ou mais. Além disso, deve passar por uma avaliação psicológica e de saúde para garantir que está apto a enfrentar uma cirurgia de grande porte. Também é realizada uma avaliação nutricional, com o planejamento da dieta pré e pós-operatória”, destaca Coutinho.
O cirurgião ressalta os benefícios significativos que podem ser obtidos a partir do procedimento.
“Além da esperada perda de peso sustentável, há uma melhora ou resolução de condições associadas. No entanto, como qualquer cirurgia, há aspectos que precisam ser observados. Entre os principais estão a prevenção de infecções, sangramentos, formação de coágulos, complicações respiratórias e deficiências nutricionais”, pontua.
Coutinho também enfatiza que o sucesso da cirurgia depende do comprometimento do paciente em seguir as recomendações médicas, que incluem mudanças nos hábitos alimentares e a prática de atividades físicas, essenciais para garantir os benefícios a longo prazo.
“A cirurgia pode transformar significativamente a vida do paciente, tanto do ponto de vista físico quanto psicológico. Em termos de saúde, os pacientes podem observar melhorias em condições associadas à obesidade, como diabetes e problemas cardíacos. No entanto, desafios relacionados à absorção de nutrientes podem surgir, resultando em deficiências de vitaminas e minerais. Por isso, é fundamental o acompanhamento contínuo com nutricionistas, psicólogos e a realização de exames regulares”, explica o cirurgião.
O especialista reforça que o Hospital Sapiranga recomenda um acompanhamento multidisciplinar contínuo por, no mínimo, dois anos após a cirurgia, essencial para garantir que a perda de peso seja mantida e que o paciente preserve uma boa qualidade de vida.
Tipos de cirurgia
Existem dois principais tipos de cirurgia bariátrica: a gastrectomia vertical (sleeve gástrico) e o bypass gástrico. A gastrectomia vertical consiste na remoção de cerca de 80% do estômago, reduzindo o tamanho do órgão e, consequentemente, a capacidade de armazenamento de alimentos. Essa técnica preserva o processo digestivo normal, sendo indicada para pacientes com IMC acima de 35, principalmente quando há comorbidades como hipertensão ou diabetes tipo 2. Já o bypass gástrico envolve a criação de um pequeno estômago em forma de bolsa e o desvio do intestino delgado, resultando em menor absorção de nutrientes. Essa opção é indicada para casos de obesidade grave (IMC acima de 40) ou quando há necessidade de maior perda de peso, além de ser eficaz em pacientes com doenças metabólicas associadas.
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