Qual a melhor maneira de lidar com o luto em crianças? 

  • 1 de novembro de 2024
  • Sol FM

Sociedade de Pediatria do RS orienta sobre como apoiá-las durante o momento 

O processo de luto, que se inicia após a perda de uma pessoa próxima, representa uma trajetória emocional complexa, em que os indivíduos se deparam com diferentes sentimentos, como tristeza, frustração, desânimo e irritabilidade. Assim como ocorre com os adultos, o luto na infância envolve uma variedade de emoções e pode levar diferentes períodos para ser processado. Dessa forma, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) oferece diretrizes sobre como apoiar as crianças durante esse período. 

Segundo o especialista em Psiquiatria da Infância e Adolescência, Thiago Gatti Pianca, é importante cuidado ao comunicar à criança sobre a morte de alguém, já que ela apresenta uma interpretação diferente. 

“A criança não entende a morte da mesma maneira de um adulto. Conforme a idade e o momento dela em seu desenvolvimento, ela pode achar que a morte não é irreversível, como em um desenho animado ou um jogo de videogame, em que o personagem volta logo depois. Por isso deve-se agir com calma e honestidade, utilizando uma linguagem apropriada para a criança. Porém, utilizar eufemismos, como dizer que virou estrela, ou foi descansar, podem mais confundir do que ajudar”, destaca.

Além disso, o psiquiatra pontua que a decisão de participar de cerimônias, como o velório, enterro, ou a cremação depende de cada família, além da própria criança. 

“Ela pode sentir medo e não conseguir ir, mas isso pode, por vezes, ser substituído por outros tipos de homenagens, como escrever uma carta ou fazer um desenho a ser levado para o familiar que morreu, assim como alguma atividade que ele gostava em sua lembrança”, pontua. 

Thiago também ressalta que os adultos podem servir como modelo para a experiência de luto, demonstrando seus sentimentos e falando sobre eles de maneira apropriada.

“É fundamental que a criança tenha permissão e espaço para sentir e expressar suas emoções. É normal passarem por períodos de tristeza, intercalados com raiva, medo e confusão. Isso pode acontecer por muito tempo após a perda”, relata. 

Ademais, é necessário estar atento a sintomas mais intensos e duradouros do luto.

“É crucial perceber sinais como mudanças no comportamento, regressão de marcos do desenvolvimento, insônia ou ansiedade excessiva. Tais sintomas, especialmente se forem prolongados, podem ser um indicativo de necessidade de procurar atendimento em saúde mental”, finaliza o especialista.

 

Sobre a Sociedade de Pediatria do RS

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul foi fundada em 25 de junho de 1936 com o nome de Sociedade de Pediatria e Puericultura do Rio Grande do Sul pelo Prof. Raul Moreira e um grupo de médicos precursores da formação pediátrica no Estado. A entidade cresceu e se desenvolveu com o espírito de seus idealizadores, que, preocupados com os avanços da área médica e da própria especialidade, uniram esforços na construção de uma entidade que congregasse os colegas que a cada ano se multiplicavam no atendimento específico da população infantil. Atualmente conta com cerca de 1.750 sócios, e se constitui em orgulho para a classe médica brasileira e, em especial, para a família pediátrica.

PlayPress | SPRS – Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul | Redação: Gabriela Dalmas | Marcelo Roxo Matusiak
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