Resolução publicada no Diário Oficial da União (DOU) permite o ajuste máximo de preços de 10,89% para o ano de 2022
O aumento no preço dos medicamentos, de 10,89%, – que já havia sido antecipado pelo Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos) – foi autorizado pelo governo federal, nesta sexta-feira (1), em publicação no Diário Oficial da União.
Foi assinada por Romilson de Almeida Volotão, secretário-executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) a resolução que torna oficial o reajuste. A CMED é o órgão interministerial responsável pela regulação econômica do mercado de medicamentos no Brasil, e a Anvisa exerce o papel de Secretaria-Executiva da Câmara.
O argumento utilizado para justificar os 10,89% de reajuste é a inflação de março, que acumulou um percentual de 10,54% de acordo com o IBGE, somada ao “Fator de Ajuste de Preços Relativos entre Setores”, que foi definido pelo Ministério da Economia em 0,35%.
Destacado pelo Sindusfarma, o reajuste não é automático e nem imediato, uma vez que a concorrência entre as empresas do setor regula os preços: medicamentos com o mesmo princípio ativo e para a mesma doença são oferecidos no país por vários fabricantes e em milhares de pontos de venda.
“É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde”, recomenda o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini.
“Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer”, completa.
No acumulado dos anos pandêmicos de 2021 e 2020, de acordo com os dados, os medicamentos subiram em média 3,75%, enquanto a inflação geral no Brasil saltou para 15,03%, gerando uma diferença para menos de 11 pontos percentuais.
Os alimentos subiram 23,15% e os transportes 22,28%, no mesmo biênio de acordo com o IBGE, quase 6 vezes mais do que os medicamentos.
“Nem a enorme pressão de custos das matérias-primas, do câmbio e da logística global do período, entre outros insumos, gerou instabilidades nos preços desse bem essencial para o enfrentamento do SARS-CoV-2 e para a população brasileira”, diz o sindicato em nota.
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