Problema é uma das cinco causas de doenças tratáveis que mais mata
Uma técnica inovadora, testada de forma inédita no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), mostrou-se promissora para melhorar a capacidade pulmonar de pacientes com enfisema grave. O estudo foi publicado na revista científica Respiration, especializada em medicina torácica. A técnica consiste na implantação de um brônquio artificial no pulmão do paciente, resultando na liberação do ar aprisionado e, consequentemente, possibilitando melhora significativa na sua capacidade respiratória. O trabalho foi realizado com a participação das equipes de Pneumologia, Cirurgia Torácica, Engenharia Biomédica, Radiologia e Medicina Intensiva do HCPA e da Faculdade de Medicina da UFRGS em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O enfisema é uma doença degenerativa progressiva que muitas vezes está associada ao hábito de fumar, causando a perda de elasticidade e o aprisionamento de ar nos pulmões. Como consequência, a pessoa sente falta de ar e, em casos mais avançados, necessita do suporte de oxigênio. Existem poucas alternativas medicamentosas para aliviar o sofrimento dos portadores de enfisema e, em muitos casos, é necessária uma cirurgia de redução de volume ou até o transplante de pulmão, ambos procedimentos de maior risco.O problema é muito frequente e uma das cinco causas de doenças tratáveis que mais mata.
Atualmente, estão sendo estudadas técnicas que associam as válvulas endobrônquicas a células-tronco implantadas diretamente no pulmão. No entanto, apenas uma parcela de pacientes com enfisema é elegível para o tratamento das válvulas. “O brônquio artificial tem como vantagem ser, potencialmente, apropriado para uma população mais ampla de pacientes e com menos riscos. Trata-se de uma alternativa mais desejável para melhorar a função pulmonar”, destaca Hugo Oliveira, um dos autores da pesquisa e chefe da Unidade de Endoscopia Respiratória do HCPA. Os resultados alcançados no estudo publicado na Respiration serviram de base para a realização de estudo clínico, que está sendo conduzido no HCPA e em outros dois centros de referência nas Universidades de Heidelberg (Alemanha) e de Groningen (Holanda).
O HCPA realiza, desde junho de 2002, o tratamento de enfisema com válvulas brônquicas, tendo participado de um estudo junto a outros 24 centros mundiais que permitiu a autorização do uso da técnica globalmente. Os professores Hugo Oliveira e Amarilio Vieira de Macedo Neto, cirurgião torácico, lideraram as pesquisas nessa área na instituição e são referências mundiais no tema. Macedo Neto é ex-diretor-presidente do HCPA, falecido em 2022.
O artigo publicado pode ser conferido aqui.
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