Coragem para dizer não

Artigo de Opinião: Psicóloga e diretora da RH Mattos, Carmen Jardim

O fato recente ocorrido com a ginasta norte-americana, Simone Biles, que em determinado momento da disputa olímpica desistiu da sua participação, traz uma reflexão extremamente válida para a nossa vida profissional. A atleta soube dizer “não” em um momento decisivo. Pensando na nossa realidade do mercado de trabalho o gesto mostra a importância da inteligência emocional que nada mais é do que o equilíbrio de nossas capacidades e competências diante de nossas limitações.

Quando estamos trabalhando precisamos pensar nas tarefas, rotinas, desenvolver, vínculos com colegas de trabalho, respeitar a hierarquia e estarmos adequados a tudo que a estrutura organizacional exige. Não bastasse, é preciso conciliar com a nossa vida pessoal.

Isso tudo nos faz pensar em qual a nossa capacidade de dizer não? Ou seja, estamos preparados para recuar quando somos desafiados para algo maior? Diante de um desfio que nos é imposto, mas que pode não nos fazer bem, estamos preparados para fazer esse reconhecimento? Por mais que seja desafiador e seja fonte de reconhecimento e remuneração, estamos mentalmente prontos para dizer não?

Em alguns momentos esse é um ato de coragem. É um aprendizado e amadurecimento necessário porque ao nos submetermos a situações que são socialmente indicadas mas não a desejamos, podemos não ter sucesso. Os casos mais comuns são de promoções a cargos de chefia. Talvez muitas pessoas não sejam felizes coordenando uma equipe ou não possuem as aptidões para tal, mas aceitam por necessidade financeira e status profissional. Porém, no longo prazo, na maioria das vezes, isso não funciona bem.

Outro aspecto importante é quando a ginasta disse: “eu preciso cuidar da minha saúde mental”. Vemos, hoje, o quanto o tema é negligenciado por tantas pessoas e empresas. Normalmente nos preocupamos com aquilo que está no nosso olhar que é a saúde física, o peso, a alimentação e a aparência. A saúde mental está obscura e não manifesta. O inconsciente muitas vezes está desmotivando e trazendo infelicidade e insegurança a alguém e não fazemos nada, porque parece que falar de saúde mental não é para as pessoas normais, o que mostra um imenso equívoco. O nosso equilíbrio entre o corpo e a mente nos faz muito mais fortes. O que a Simone Biles mostrou é a valorização e reconhecimento da importância de nossas emoções e o quanto estes sentimentos determinam a nossa saúde, bem estar e até mesmo o sucesso no trabalho e nas relações pessoais.


Psicóloga e diretora da RH Mattos, Carmen Jardim – PlayPress

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