Do campo para a mesa – Agricultura familiar garante alimentos saudáveis a estudantes da rede municipal de Campo Bom

Mais da metade do território de Campo Bom é composto por área rural, o que reflete diretamente na economia da cidade. A atividade rural no município fatura a média anual de R$ 15 milhões, sendo uma importante fonte de renda para famílias que vivem do que colhem nos campos. A Administração reconhece a importância do setor da agricultura familiar que também sente o impacto das medidas restritivas no comércio por conta da pandemia do coronavírus. Pensando nisso, a Prefeitura está direcionando pelo menos 30% dos recursos recebidos por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para a compra de alimentos provenientes da agricultura familiar do Município, o que já era feito antes de as aulas se tornarem remotas. Dezenove produtores rurais de Campo Bom estão fornecendo parte de sua produção para a preparação das refeições distribuídas aos alunos da rede municipal. Entre alface, bergamota, beterraba, cenoura, aipim, cebolinha e outros produtos, cerca de 2,7 toneladas de alimentos foram adquiridos pela Prefeitura apenas nas primeiras duas semanas de distribuição das refeições.

Menos gastos e mais qualidade

Os impactos da temporada de estiagem enfrentada pelos produtores agrícolas nos primeiros meses de 2020 foram agravados pela chegada do coronavírus e das medidas restritivas no comércio. Por isso, para o coordenador da Emater Campo Bom, Claudinei Moises Baldissera, a retomada do fornecimento de pelo menos parte da produção agrícola significa uma fonte de renda importante para o agricultor. “A característica da nossa produção agrícola é abastecer o mercado local e o Município, é o que chamamos de cadeias curtas de produção. Com isso, se gasta menos energia, menos dinheiro e a qualidade do alimento é melhor”, explica o coordenador. Ele enfatiza a importância não apenas da fonte de renda para o produtor e sua família, mas também da qualidade do alimento que chega até as crianças. Os alimentos recebem, de certa forma, a chancela de qualidade da Emater e do Município antes de chegarem até a mesa do consumidor”, relata.

Sustento vindo do solo

O agricultor Celso Weber Melo, de 25 anos, está dando continuidade ao negócio da família, fornecendo alimentos para mercados locais, Feira do Agricultor e Prefeitura. Sua propriedade conta com 45 hectares de terra e tem como atividade a criação de gado e o plantio de verduras e hortaliças, como couve, repolho, alface, beterraba, brócolis, couve-flor, espinafre e couve chinesa. A propriedade, localizada no bairro Mônaco, está na família há mais de 280 anos, tendo sido originada por seu bisavô. “Já fornecíamos as verduras para a Prefeitura antes da pandemia. Lembro que desde os meus 18 anos, nossas verduras já iam para as escolas daqui. A pandemia foi um baque, nosso rendimento diminuiu bastante, porque 90% da nossa produção ia para a merenda escolar. Até estávamos comentando em casa sobre isso, essa ajuda veio na hora certa. Aos poucos, nós estamos aumentando a produção. Eu creio que, nos próximos meses, vai melhorar mais”, explica o produtor. Sua família já forneceu cerca de 150 quilos de repolho e aproximadamente 20 molhos de couve para a merenda escolar das crianças nas duas primeiras semanas de distribuição.

Em uma área de quase sete hectares no bairro Quatro Colônias, o agricultor Vanderlei Meurer, de 42 anos, cultiva beterraba, repolho, brócolis, couve-flor, aipim, feijão, milho, batata doce e também um pomar de citros, com pés de bergamota, limão e laranja. Com a pandemia do coronavírus, sua renda caiu em 80%. “Tenho essa propriedade há 15 anos, e meu maior comprador é a Prefeitura, com os alimentos que vão para a merenda escolar. A pandemia afetou bastante minha produção e minha renda caiu drasticamente”, relata Meurer. Fornecendo bergamota, beterraba e repolho para a preparação das marmitas escolares, mais de 450 quilos de alimentos de seu cultivo já foram para a Prefeitura nas duas últimas semanas. “Essa compra, com certeza, é um alívio, porque nós já estamos em agosto, e em março já tínhamos bergamota para vender, então se perdeu muita fruta nesse período. O que não consegui colocar em mercado, se perdeu. Agora, com a compra da Prefeitura, deu uma diferença muito grande. A expectativa é boa”, finaliza o produtor rural.


Crédito de foto: Jordana Fioravanti
Prefeitura Municipal de Campo Bom

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